Pesquisa realizada pelo Seconci-Rio com cerca de 800 operários na faixa etária dos 40 anos do Rio de Janeiro revelou que grande parcela dos entrevistados considera justificável agredir mulheres, por questões como traição e outros temas. A informação foi divulgada pela coluna do jornalista Ancelmo Gois, de O Globo.
O resultado foi recebido com pesar por Sebastiana Azevedo, presidente do PSDB-Mulher do Rio de Janeiro. Para ela, a situação é um insulto à dignidade feminina, e tem raízes profundas. “A perversidade é fruto da educação que as pessoas receberam. A sociedade como um todo o não está conseguindo fazer a conscientização das pessoas, de como isso insulta as mulheres”, declarou a tucana.
Pelos dados, cerca de 40% dos entrevistados apoiam agressão no caso de traição, 22% em caso de a mulher “não se vestir corretamente” e 15% em casos de divergência na educação dos filhos. O que mais chama a atenção é o número de entrevistados que rejeitam a Lei Maria da Penha – 70% acredita que o mecanismo é injusto com os homens.
Sebastiana, além de discordar da opinião expressada na pesquisa, ressaltou a importância de ações políticas que mudem o pensamento e o comportamento masculino. Defende que é preciso despertar a consciência de que eles são também responsáveis por uma sociedade mais igual, com uma participação mais ativa das mulheres, inclusive na política.
A tucana reafirmou que é preciso que as mulheres falem para os homens, que exponham seus direitos e façam valer os mecanismos que já tem a seu favor. A mudança, para ela, vem na modificação da estrutura de educação. “Temos que começar na escola, a criança tem que entender que o fato é igual, o respeito é o mesmo, a educação de ambos os sexos tem que ser exatamente a mesma. Começa em casa, na família e na escola”, concluiu.