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“Novo contexto social dos refugiados não pode ser ignorado”, diz tucana

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) divulgou nesta segunda-feira (19) dados que revelam o aumento do número de pessoas forçadas a deixar seus países de origem devido a conflitos em todo o planeta. O levantamento mostra que a quantidade de refugiados já chegou a 65,6 milhões no final de 2016, o que representa uma população maior que a do Reino Unido.

No Brasil, o número também continua crescendo em virtude de conflitos políticos e ideológicos nos países vizinhos, como a Venezuela, por exemplo. Segundo a Acnur, o número de refugiados no país chegou a 9.689, o que equivale a um crescimento de 9,3% em relação a 2016. Em 2016, havia crescido 5,5%. Desde 2010, o número de refugiados no Brasil aumentou em cerca de 148%.

A presidente do PSDB-Mulher do Amazonas e integrante da Executiva Nacional do PSDB-Mulher, Cecília Otto, convive de perto com a situação dos imigrantes em solo brasileiro e alerta para a falta de políticas públicas efetivas que atendam às demandas deste novo contexto social do país.

“O venezuelano invadiu a nossa cidade [Manaus] justamente pela guerra civil que está instalada dentro da Venezuela. Estamos acolhendo tanto os haitianos como os venezuelanos, que são a grande maioria dos refugiados e estão chegando na nossa cidade, mas a falta de maturidade no que diz respeito às inciativas governamentais para os imigrantes me preocupa muito”, afirmou.

Para a tucana, não basta só acolher, é preciso dar direcionamento para esses cidadãos que estão em estado de vulnerabilidade. “É preciso fazer uma triagem, saber quem é quem, saber o que a pessoa fazia no país de origem, aonde ela vai ficar. Só foi tomada uma posição concreta aqui em Manaus quando começou a morrer crianças venezuelanas e indígenas pela situação de pobreza que eles se encontram. Eles acabam ficando de baixo de viadutos e sem estrutura e isso não pode acontecer”, alertou.

Cecília acredita que o papel da mulher no acolhimento das outras refugiadas é fundamental devido ao grande número de crianças que chegam acompanhadas das mães.

“As mulheres de Manaus estão tendo uma atitude de empatia perante à mulher venezuelana. Estamos nos mobilizando e auxiliando elas a viver com mais dignidade até que o problema do seu país de origem seja resolvido. Eu acredito que nós deveríamos ter ações mais formalizadas, para dar identidade social a essas imigrantes. Eu, como cidadã brasileira, acredito que os órgãos nacionais deveriam ter um critério mais formal nesse processo”, concluiu.