Subsídios são um instrumento em que o governo tem de pagar parte do que custa uma indústria ou um setor, com a justificativa de que sem essa “parceria” os investimentos considerados importantes ou mesmo vitais não seriam feitos. Haveria outra maneira de investir no setor: através de empresas estatais, essas sim totalmente financiadas pelo mesmo governo, sem parcerias.
Os governos Lula e Dilma usaram e abusaram na criação de muitas estatais, e hoje, em tempos de Lava Jato, sabemos porque: foram fonte de financiamento do partido e de enriquecimento a rodo. Não satisfeitos, em 2009 resolveram criar novas parcerias com o setor privado através do BNDES, com o PSI-Programa de Sustentação de Investimento, e que passou a ser chamado de “bolsa empresário”: empréstimos a juros subsidiados, ou seja, menores do que a inflação. De 2009 a 2014, quando foi encerrado o PSI, foram fartamente distribuídos esses empréstimos, ficando uma conta para o governo pagar de R$ 214 bilhões de reais. A imensa maioria desses empréstimos, é claro, foi para as maiores estatais e os maiores empresários privados do país.
Um exemplo para ilustrar para onde se dirigiram esses empréstimos: para manter a política do governo petista de vender a gasolina mais barato do que seus custos, a Petrobrás recebeu R$ 1 bilhão a juros de 3% ao ano nos 10 anos que teve para pagar. Muitos outros exemplos de grandes empresas privadas podem fazer parte da estatística. Estão no balanço do BNDES. O que importa é que dos R$ 214 bilhões, R$ 184 bilhões correspondem a mais dívida pública. Sabemos que para pagar a dívida pública não há nenhum programa-bolsa, essa conta o povo paga, e aos juros de mercado!