Notícias

Tucana critica baixa representatividade feminina nas Forças Armadas

Culturalmente, as Forças Armadas sempre foram espaços de domínio masculino. Apesar de avanços pontuais, pouca coisa mudou nas últimas décadas. Atualmente, o sexo feminino representa 7,6% do efetivo total de militares brasileiros — 28 mil em um universo de 368 mil. No entanto, a baixa representatividade feminina na carreira militar começa a se tornar tema de debates e a chamar atenção das mulheres no Brasil.

Na década de 1980, as mulheres começaram a ingressar na Marinha – que é a instituição abriga o maior contingente de mulheres, cerca de 10.892. No fim da década elas começaram a ter espaço também no Exército, mas sempre em cargos administrativos ou de formação específica, como médicas, advogadas e jornalistas, entre outros.

A Ouvidora do Secretariado Nacional da Mulher-PSDB, Sandra Quezado, tem uma filha militar e acompanha de perto a evolução da carreira. Para ela, a falta de mulheres militares é um paralelo do que acontece na sociedade.

“Eu acredito que, no passado, foi mais difícil. Mas por outro lado, eu tenho uma visão otimista. Acho que o mundo está mudando e as coisas vão mudar nas Forças Armadas da mesma forma que vai mudar na sociedade”, disse.

Sandra citou como exemplo positivo a brasileira ocupante do mais alto cargo da Marinha, a contra-almirante Dalva Mendes. “Exemplos como o da Dalva fazem as mulheres se interessarem pela profissão. Nós vemos todos os dias mulheres trabalhando nas ruas como policial militar, bombeiras… São pessoas muito dinâmicas e que estão enfrentando a carreira em igualdade com os homens. As mulheres já participam, inclusive, dos cursos de aperfeiçoamento e sobrevivência ao lado dos homens e isso deve ser divulgado”, declarou.

A tucana destaca que as Forças Armadas estão se preparando para receber estas mudanças nas questões de gênero e para aumentar o contingente feminino nos quarteis. “A falta de mulheres nas Forças distancia as corporações da realidade. Temos que melhorar o acesso por meio dos concursos, e melhorar o acesso à informação, muitas mulheres não se interessam porque não conhecem a carreira e não têm consciência da contribuição que podem dar”, completou.

Sandra frisou que é preciso desmistificar a carreira que, muitas vezes, é tida como “de homem” e modernizar as regras de ingresso para que as barreiras ainda existentes sejam rompidas.

“Eu acredito que isso [baixa representatividade] não dura mais muito tempo. Nós estamos caminhando mais rápido para as Forças Armadas e é inevitável que consigamos mais cargos no futuro. Quando as mulheres conseguem alcançar novos cargos e espaços de poder, isso também vai ser naturalmente aceito nas Forças. As mulheres prestam um serviço incomparável e uma contribuição sem igual para este setor”, concluiu.