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Prefeitas tucanas adotam políticas públicas voltadas às mulheres

As 81 prefeitas tucanas eleitas em outubro do ano passado completam este mês, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher, o fim do primeiro bimestre de gestão em diversos municípios brasileiros. Mesmo com o pouco tempo de administração, o ponto em comum entre as prefeitas do PSDB é a preocupação com as políticas públicas voltadas para as mulheres, que ainda sofrem com preconceito e menos oportunidades tanto na política quanto no mercado de trabalho.
Em Pelotas (RS), município gaúcho administrado por Paula Mascarenhas (PSDB) – primeira prefeita mulher da história da cidade -, ela tem priorizado as mulheres em todas as políticas públicas desenvolvidas sob sua administração.
“[Temos] as políticas públicas de educação, por exemplo, a construção de escolas de educação infantil, que possibilitam a abertura de mais vagas e, portanto, uma maior inserção das mulheres no mercado de trabalho. A gente tem na saúde também um projeto que é o ‘mãe pelotense’, inspirado no ‘mãe paulistana’ do governo Serra em São Paulo, que também trabalha na questão das gestantes, e nós temos aqui o centro de referência no atendimento à mulher vítima de violência, é uma rede muito bacana de atendimento às mulheres que sofrem violência”, revelou a prefeita.
Apesar da participação das mulheres na política ainda estar muito abaixo do ideal – mesmo sendo maioria na população brasileiras, elas só administram 11,5% das prefeituras -, Paula Mascarenhas acredita que a inserção feminina na política evolui nos últimos anos. “Em 1930, as mulheres sequer votavam e hoje não só votam como são líderes. Já tivemos presidente da República, governadoras de estado, deputadas, prefeitas, enfim, avançamos. Agora é claro, a gente ainda reconhece que estamos aquém [do ideal]”, afirmou a tucana, que se mostrou otimista em relação à uma maior presença feminina no mundo político.
“Acho que a gente vai continuar ganhando espaço e vamos chegar no momento em que isso não vai mais ser tema, em que realmente vamos ter alcançado a igualdade que todos sonhamos”, projetou.
Um exemplo de cidade onde esta realidade está mais próxima é Novo Hamburgo (RS), município administrado pela tucana Fatima Daudt, em que os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário são todos ocupados por mulheres. Em vídeo nas redes sociais sobre o Dia Internacional da Mulher, ela falou sobre a necessidade de uma maior inserção feminina na política. “A gente precisa de mais lideranças femininas neste país. Novo Hamburgo está sendo um exemplo e nós queremos muito, mas muito mesmo, mulheres à frente, lutando, em liderança, porque é muito importante”, ponderou. “Tenho certeza de que todos têm a ganhar no nosso país com mulheres na liderança”, concluiu a prefeita da cidade gaúcha.
Outro município que tem uma tucana como a primeira prefeita de sua história é Caruaru, cidade mais populosa do interior de Pernambuco e considerada a capital do Agreste. À frente do Executivo, Raquel Lyra tem como prioridade uma gestão eficiente dos recursos públicos, com foco em áreas como educação, geração de emprego e saneamento básico. Em relação às políticas voltadas para as mulheres, Raquel ressalta a importância de a gestão pública ajudar no combate à violência.
“Fazer com que essas mulheres não admitam mais serem vítimas de violência, e aí é o trabalho de fortalecer as mulheres enquanto mulheres, de permitir que elas possam ter autonomia, e isso a gente faz com qualificação profissional, com elevação de escolaridade, com a possibilidade de ela ter planejamento de quando e como ela quer ter filhos”, pontuou a tucana, que quer acolher as vítimas de violência por meio de um centro de referência jurídica interligado com a secretaria da mulher e com o sistema estadual para abrigo de mulheres vítimas de violência.
Em relação à representatividade feminina na política, a prefeita de Caruaru ainda vê um longo caminho até que haja um cenário de plena igualdade entre os sexos.
“A juventude e as mulheres não se enxergam nos partidos, a gente não cria política pública que permita à mulher sair de sua casa, sair da sua comunidade para disputar um mandato, porque para isso ela precisa de creche, precisa de assistência para quem é deficiente, para quem é idoso, porque se não tiver, quem cuida dessas pessoas são as mulheres. A mulher não vai sair de casa e deixar um idoso em casa, deixar uma pessoa com deficiência, uma criança, para fazer política e disputar um mandato se ela não tiver o suporte do Estado, de políticas públicas que posam permitir que ela saia de casa”, argumentou.
A percepção de Raquel Lyra sobre os baixos níveis de presença de mulheres no cenário político é compartilhada pela tucana Thelma de Oliveira, prefeita de Chapada dos Guimarães (MT) e ex-presidente nacional do Secretariado do PSDB-Mulher. Para ela, a maior inclusão do público feminino nos ambientes ocupados majoritariamente por homens, como é o caso da política, só será possível por meio de ações públicas que deem mais autonomia às mulheres.
“Nossa proposta – e é uma coisa que a gente trabalha dentro do PSDB Mulher – é trabalhar muito a questão da infância, da creche e educação infantil, a questão da saúde da mulher. Outra bandeira nossa também, do PSDB Mulher, é a questão de combate à violência, que infelizmente está ainda numa crescente, apesar de todas as campanhas, de todas as lutas. E claro, nós vamos trabalhar também o empreendedorismo com as nossas mulheres, para capacitá-las, prepará-las para o mercado de trabalho. São essas as principais bandeiras que nós vamos trabalhar aqui”, observou Thelma.
A tucana também ressaltou a importância do PSDB-Mulher no bom resultado do segmento feminino do partido nas eleições para as prefeituras. Com 81 prefeitas, o PSDB foi o segundo partido que mais elegeu mulheres no último pleito municipal. “O PSDB-Mulher tem tido um papel importantíssimo, é o órgão feminino mais organizado de todos os partidos políticos, e a gente tem tido uma atuação muito forte na capacitação e no estímulo das nossas mulheres”, comentou a prefeita.
Thelma leva a preocupação em relação à participação feminina na política para sua própria gestão. Segundo ela, cerca de metade dos responsáveis por secretarias em sua administração são mulheres. “Tem um grande número de mulheres que trabalham na nossa gestão como secretarias e ocupando cargos de mando. E vamos trabalhar nessa linha de fortalecer cada vez mais a participação da mulher”, anunciou.