Notícias

“Preconceito contra a mulher prejudica o desenvolvimento do Brasil”, diz presidente do PSDB Mulher

solange-jurema-psdb-mulher-300x200A maternidade foi motivo para a especialista em planejamento financeiro Sonia Tomiyoshi, de São Paulo, perder a vaga de emprego em um processo seletivo que participava há dois meses. A história foi publicada em vários veículos de comunicação nesta segunda-feira (6) e ilustra a realidade vivida por milhares de mulheres no Brasil. O preconceito de gênero no mercado de trabalho brasileiro prejudica mulheres qualificadas que sofrem discriminação por simplesmente pertencerem ao sexo feminino.

Foi por meio de uma publicação no Facebook que Sonia desabafou e contou com detalhes como foi discriminada por possuir dois filhos. Ela explicou que, mesmo sendo qualificada para o cargo e estar entre as finalistas do processo seletivo, a empresa alegou que ela não conseguiria desempenhar bem a função por ser mãe – e que este fato a impediria de se dedicar integramente ao trabalho.

A presidente do PSDB Mulher, Solange Jurema, considerou a empresa preconceituosa e radical em descartar a profissional por ter filhos. “Quantas mulheres têm filhos pequenos e dão conta de tanta coisa? Eu acho que a grande maioria das mulheres tem a capacidade de desempenhar várias tarefas ao mesmo tempo e muito bem. No Brasil ainda existe um preconceito cultural sobre a função exercida pela mulher na sociedade. Isso tem que mudar”, disse.

A tucana atribui o preconceito de gênero no país ao fato de o Estado brasileiro não oferecer condições para essas mulheres trabalharem em pé de igualdade com os homens.

“Para ir trabalhar é preciso deixar os filhos com alguém. Se é um cargo de gerência, ou um cargo mais alto, geralmente elas pagam alguém para ficar com os filhos. Já um cargo mais baixo impede isso e ausências e complicações poderão de fato acontecer. É preciso oferecer políticas públicas educacionais, como escola e creche em tempo integral, para que as mães possam trabalhar com tranquilidade”, afirmou.

Solange também destacou que a falta de outros serviços como saúde e transporte complicam a vida das trabalhadoras. “Quando um filho adoece, muitas mães precisam faltar um dia de trabalho para enfrentar as longas filas dos centros de saúde. Muitas vezes ainda voltam para casa sem solucionar o problema, porque o médico faltou. A mobilidade também é outro fator que complica a vida da trabalhadora. Ela precisa acordar com três, quatro horas de antecedência para conseguir deixar o filho na creche e chegar a tempo no serviço”, explicou.

A presidente do PSDB Mulher enfatizou a importância do assunto e da necessidade de o país priorizar as políticas públicas voltada para as mães.

“Eu tenho falado isso em todas as reuniões do PSDB Mulher: Enquanto nós não colocarmos isso como uma prioridade nacional, ter creches e escolas em tempo integral, estaremos prejudicando não só as mulheres, mas também o desenvolvimento brasileiro por estar perdendo a grande contribuição que essas mulheres poderiam estar dando para o país. Essa solução é boa para o sexo feminino e para o Brasil e ajuda na diminuição da tamanha desigualdade entre homens e mulheres”, concluiu.