Opinião

“Uma mulher, uma decisão e um exemplo”, por Solange Jurema

Foto: Tania Ribeiro
Foto: Tania Ribeiro

Foto: Tania Ribeiro

A mão firme e decidida da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, acabou a tempo com uma desconfiança da população em relação aos rumos da Lava Jato. No âmbito da corte suprema do país, depois da inesperada morte do ministro Teori Zavascki.

Com agilidade, dentro do arcabouço jurídico da Constituição e do regimento interno do STF e respaldada, em um pedido de urgência da Procuradoria Geral da República, a ministra Cármen Lúcia homologou as delações premiadas de 77 integrantes da Norberto Odebrecht.

É uma nova fase da história recente política brasileira, para que a Nação possa superar esta triste página da vida nacional, com o desbaratamento de uma verdadeira quadrilha que tomou conta do Estado brasileiro nos 14 anos de desmandos do PT.

A marcante decisão de Cármen Lúcia, sua competência profissional, seu equilibro jurídico e sua extrema sensibilidade ao sentimento das ruas lhe levaram a decidir de maneira incisiva  e contundente. Sem subterfúgios e dentro da lei.

O clamor das ruas, da enorme expectativa e reação da opinião pública sobre suas decisões no STF estavam presentes nas preocupações do saudoso ministro Teori Zavascki, que confidenciou ao filho, Francisco, seu pensamento, como ele revelou a imprensa: “Ele estava realmente aflito porque pelo jeito a coisa era muito séria, e é muito séria por envolver o poder brasileiro e pessoas de destaque no Brasil”.

O apoio imediato da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), de juristas renomados e a ausência de um questionamento fundamentado comprovam o acerto da atitude da ministra Cármen Lúcia.

A grave crise política do país exige dos Três Poderes da República decisões exemplares como essa de Cármen Lúcia. Além de alertar o presidente Michel Temer da sua responsabilidade na indicação do novo integrante do Supremo Tribunal Federal, em substituição a Zavascki.  O que está em jogo é o futuro de uma Nação.

No Supremo Tribunal Federal existem outras questões importantes para o Brasil como a defesa dos direitos das mulheres e a luta jurídica contra impunidade, o preconceito e a discriminação. Todos os dias as brasileiras enfrentam essas questões nos tribunais brasileiros.  O Supremo é o guardião de nossos direitos e conquistas.

O próximo ministro tem que estar sintonizado com as demandas femininas e disposto a seguir a Constituição Federal, que veda qualquer tipo de preconceito e discriminação de gênero.

Nesse sentido e com este perfil, o PSDB-Mulher entende que o nome da ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Fátina Nancy Andrighi preenche todos os requisitos morais e jurídicos. Ela construiu uma brilhante carreira profissional, sem detrimento de outros nomes, como o sua colega de Tribunal Isabel Gallotti, ou a Advogada Geral da União, Grace Mendonca.

A ministra Nancy Andrighi tem se destacado nos últimos anos com uma postura crítica, denunciando nepotismo nos tribunais e agindo na Corregedora Nacional do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de forma altiva e independente.

É mais uma mulher da mesma estirpe e da mesma boa cepa de Cármen Lúcia. É assim, com essas mulheres, que o país reconstruirá sua história e orgulhará o futuro de nossos filhos e netos.