Será difícil sentir saudade de 2016. Mas o ano em que o Brasil afundou nas suas piores crises também trouxe algumas dádivas. Foram poucas, mas valem muito e merecem destaque. A principal: 2016 ficará marcado como o ano em que o país finalmente se livrou do PT no governo.
É ampla, geral e irrestrita a debacle do partido que conduziu o Brasil à sua maior recessão, destruiu as contas públicas, protagonizou o maior escândalo de corrupção mundial e levou milhões de famílias brasileiras de volta à rua da amargura da pobreza e do desemprego.
Reeleita a bordo de uma campanha fraudulenta (as evidências pululam diariamente nos tribunais e nos jornais), Dilma Rousseff tornou-se a segunda presidente da República Federativa do Brasil a sofrer impeachment. Figura agora na companhia de Fernando Collor de Mello, igualmente pilhado em atos corruptos e igualmente patrocinador de uma crise econômica – ambos de volume e gravidade incomparáveis ao que fizeram os petistas.
Junto com a ex-presidente, afunda também o seu tutor. Nesta semana, Luiz Inácio Lula da Silva tornou-se pentacampeão da corrupção, por suspeita de ter sido beneficiado pela Odebrecht na compra de terreno e construção do que seria a nova sede do instituto que leva seu nome. É, agora, réu em nada menos que cinco processos que apuram desde corrupção passiva a organização criminosa, passando por lavagem de dinheiro e tráfico de influência.
A cada dia comprovam-se novas falcatruas daquele que se elegeu dizendo-se paladino da moralidade e redentor dos brasileiros mais pobres. Fica cada vez mais claro que Lula transformou os oito anos em que presidiu o país e os cinco em que tutelou sua sucessora em uma imensa janela de oportunidade de enriquecer e usar as benesses públicas em interesse próprio e de seu partido.
Afinal, Lula e Dilma não estavam sozinhos. Com a ascensão ao poder, a máquina petista lançou-se sem pejo sobre o patrimônio público, dilapidando estatais – entre 2011 e 2015, o rombo acumulado por elas somou nada menos que R$ 29 bilhões – e desviando para os cofres do partido dinheiro que deveria servir à população.
Alguns de seus outrora principais líderes agora estão ou já estiveram presos, cumprindo pena. É o caso de José Dirceu, duplamente condenado, de José Genoíno e, quem sabe, será em breve o de Lula.
Ex-ministros como Antonio Palocci, Guido Mantega, Paulo Bernardo, Gleisi Hoffmann e Erenice Guerra, para citar apenas alguns, estão enrolados em investigações da Justiça, do Ministério Público e da Polícia Federal. Todos os tesoureiros das campanhas vitoriosas do PT, a começar por Delúbio Soares, passando por João Vaccari, foram processados ou condenados.
Felizmente, os brasileiros souberam reconhecer e identificar os responsáveis pela crise que hoje amargamos e puniram fragorosamente os petistas. Nas eleições de outubro, quando puderam voltar às urnas depois do estelionato presidencial de 2014, simplesmente varreram o PT do mapa político nacional.
Até então o segundo maior em termos de municípios governados, o partido do mensalão e do petrolão perdeu 60% das suas prefeituras e tornou-se uma legenda de porte médio – vai administrar somente 256 cidades brasileiras a partir de 1° de janeiro. Também tem suas perspectivas legislativas ameaçadas, a ponto de parte de seus parlamentares cogitar abandonar o barco e formar um novo partido.
Nunca se pode perder de vista, contudo, que a jararaca ainda não está morta. Como se não tivesse nada a ver com a ruína em que transformou a nação, e foi legada ao governo Michel Temer, o PT tenta desvencilhar-se das responsabilidades por ter quebrado o Brasil e atua intensamente para bloquear quaisquer medidas destinadas a sanear o país.
Mas os tempos são outros. A ampla maioria da população já não cai no canto da sereia petista e sabe que, para que o Brasil reencontre um rumo, terá de se livrar da herança maldita deixada por Lula, Dilma e companhia limitada. É preciso estar vigilante para, a cada dia, todos os dias, não deixar prosperar as sabotagens que o PT insiste em praticar contra o país. Quem sabe assim no fim de 2017 os brasileiros tenhamos muito mais motivos para comemorar.