Segundo a reportagem, mesmo anos após deixar a Presidência, o “tratamento protocolar” oferecido a ele era de “chefe de Estado”.
Em 2011 e 2014, Lula esteve no país a convite da construtora. Em ambas as viagens, o ex-presidente foi acompanhado do patriarca do grupo, Emílio Odebrecht, prestes a se tornar delator da Operação Lava Jato.
Na ação penal, o petista é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de servir como “garoto-propaganda” da empreiteira nas viagens, pelas quais recebeu o equivalente a R$ 800 mil.
A acusação afirma que os pagamentos por palestras na África eram “cortina de fumaça” para encobrir a intenção da Odebrecht de usar Lula como “fiador” de empréstimos a serem liberados pelo BNDES para obras no país.
Segundo os relatórios do Itamaraty, as palestras feitas pelo petista foram “calorosamente” aplaudidas por uma plateia de autoridades e empresários locais, além de terem tido “ampla cobertura da mídia local”.
Já em maio de 2014, na segunda viagem, o governo local teria colocado à disposição um avião para que a comitiva fosse visitar no interior do país uma usina produtora de açúcar e etanol. A unidade era uma parceria da Odebrecht e a estatal petrolífera Sonangol.
Segundo o despacho, na visita ao país, Lula novamente se reuniu com o presidente angolano e discutiu a linha do BNDES para a construção da hidrelétrica de Laúca, pela Odebrecht. O Ministério Público Federal ressaltou em denúncia que o financiamento, de R$ 2 bilhões, só saiu graças ao petista.
O próprio relatório da embaixada destacava o interesse das empreiteiras brasileiras pelas obras no país africano. Em depoimento ao Ministério Público no DF, o petista negou ter tratado do financiamento com o presidente.
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