Torna-se uma tarefa triste e por vezes dolorosa, mas necessária e importante, saudar o 25 de novembro como o Dia Internacional de Não-Violência Contra a Mulher, comemorado em todo o mundo a partir de uma decisão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em 1999.
A data é uma homenagem a três irmãs da República Dominicana – Pátria, Minerva e Maria Teresa – assassinadas neste dia a mando do ditador Rafael Trujillo, que seis mais tarde perderia a vida e o mandato em função da mobilização popular de protesto pela morte delas.
Conhecidas como “Las Mariposas” as irmãs dominicanas se tornaram símbolo mundial da luta contra a violência contra as mulheres, qualquer que seja o meio ou a forma como isso é perpetrado.
Anualmente, a data nos força a refletir sobre a gravíssima realidade a que estão submetidas as mulheres nesse nosso planeta. Sim, porque a violência é global como se pode ver nos números e estatísticas globalizadas.
Países ricos, países em desenvolvimento, países pobres, todos impõem uma dura realidade de vida às mulheres, independentemente de cor, credo, cultura ou classe social.
Só um dado mundial já nos aterroriza, mas deve ser lembrado nesta data também mundial: anualmente, cerca de 3 milhões de meninas e mulheres sofrem mutilação genital, segundo dados da Unicef (Fundo das Nações para a Infância). Mais de 100 milhões serão obrigadas a casar.
Uma ignomínia!
Outro dado revelador da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que mais de um terço das mulheres do mundo – cerca de 38% – já vivenciaram violência física e/ou sexual de parceiros próximos.
Um absurdo!
Infelizmente, o Brasil não foge à essa agressiva realidade. No ranking mundial, o Brasil é o quinto país do mundo em assassinatos de mulheres.
Aqui, 13 mulheres são mortas por dia.
Em média, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil.
Cerca de 45% das brasileiras sofrem algum tipo de agressão diariamente e para 35% delas ela é semanal.
As brasileiras ganham 76% do salário dos homens, para a mesma função e atividade.
Os números impressionam e o cotidiano é duríssimo para as mulheres, no Brasil e no mundo.
Por isso, neste dia 25 de novembro, precisamos relembrar essas estatísticas deprimentes para nos conscientizarmos e principalmente a todos em nossa volta para a realidade, que é brutal e desumana.
Não se pode falar em humanidade, em seu sentido mais amplo, enquanto as mulheres padecerem dessa verdadeira perseguição de gênero.
Basta!
*Solange Jurema é presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB