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Falta de políticas públicas reduz candidaturas de mulheres

Raquel Lyra foi a única mulher eleita no 2º turno | Foto: Assessoria de Imprensa

No pleito municipal deste ano 639 foram eleitas prefeitas. No 2º turno, quando seis concorriam ao cargo, apenas uma conquistou a vitória

Raquel Lyra foi a única mulher eleita no 2º turno | Foto: Assessoria de Imprensa

Raquel Lyra foi a única mulher eleita no 2º turno | Foto: Assessoria de Imprensa

O resultado do 2º turno, com apenas uma mulher eleita, reforça a tese de que a participação feminina na política ainda é mínima. Dos 114 candidatos às prefeituras com a disputa definida em dois turnos, 5,3% eram mulheres. A única delas a conquistar o pleito foi a tucana Raquel Lyra (PSDB) que o município de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, até 2020. A ela somam-se outras 638 que venceram no 1º turno. O número, entretanto, é quase oito vezes menor do que o total de prefeitos eleitos: 4.914.

Para a presidente nacional do PSDB Mulher, Solange Jurema, a disparidade é resultado de um contexto social que responsabiliza a mulher por atividades domésticas e não as oferece suporte de participação política.

“A atuação das mulheres na política é muito difícil, essa é a verdade. E isso ocorre por vários motivos. Primeiro porque que o tempo das mulheres é muito reduzido. As atividades dentro de casa ainda são, em sua maioria, exercidas pelas mulheres, que se responsabilizam pela família. Com isso, não sobra muito tempo para exercer a política. Além disso, a gente não tem equipamentos públicos suficientes que deem suporte para essas mulheres, como creches e escolas em tempo integral”, argumentou.

Tal necessidade é latente em todos os municípios e impede não apenas a participação da mulher na política, como também o retorno de muitas ao mercado de trabalho. “Sei que sou referência e preciso sim trazer oportunidades para que mulheres possam entrar no mercado de trabalho. Isso tem no meu programa de governo, vamos instalar creches para que as mães deixem seus filhos e retomem seus lugares no mercado, tenha vontade de sair de casa e ir à luta”, comprometeu-se a prefeita eleita, Raquel Lyra.

Sob a análise dela, somente a partir daí outras mulheres vão integrar o campo político-eleitoral. “A política é uma discussão maior e nós vamos tentar proporcionar isso [em Caruaru]. Elas só vão sair de casa se e ser candidatas quando tiverem políticas públicas”, acrescentou.

Este ano, no Brasil 2.124 mil mulheres se candidataram ao comando das prefeituras. Delas 97 estavam concorrendo ao cargo em Pernambuco. Contudo, o número, muitas vezes, é utilizado apenas para cumprir a legislação que determina a reserva mínima de 30% para um dos dois sexos. De 2009, o pleito municipal deste ano foi o segundo com a lei em vigor.

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