É tamanha a avalanche de notícias envolvendo gente dos governos petistas em acusações e falcatruas que fica até difícil acompanhar. A corrupção tornou-se o maior emblema das gestões Dilma e Lula. Como o exemplo veio de cima, os comandados sentiram-se à vontade para delinquir. A razia foi ampla, geral e irrestrita.
Reportagem exemplar publicada neste fim de semana por O Estado de S. Paulo deu contornos mais nítidos ao envolvimento dos altos escalões petistas com a roubalheira e as irregularidades. Nada menos que 18 ex-ministros dos últimos quatro governos brasileiros estão enrolados com a Justiça por práticas ilícitas enquanto exerciam seus cargos.
Lula tem oito ex-ministros envolvidos em casos de corrupção e desvio de dinheiro público e Dilma, 14. Destes, quatro serviram a ambos os ex-presidentes. No grupo há um condenado (José Dirceu), dois réus (Paulo Bernardo e Alfredo Nascimento) e 15 investigados pelo Supremo Tribunal Federal e por outras instâncias da Justiça.
Tanto Dilma Rousseff quanto Luiz Inácio Lula da Silva tiveram um de cada dez de seus ministros investigados em maracutaias que envolvem pelo menos R$ 1,25 bilhão, segundo o levantamento feito pelo jornal. É possível que o número cresça com o avanço das investigações em curso nas operações do Ministério Público e da Polícia Federal. Três ministros mantêm-se no governo Michel Temer.
Trata-se de crimes de movimentação de dinheiro público de maneira ilegal, uso irregular de recursos que deveriam servir à população e recebimento de propinas por empresas privadas beneficiadas por decisões oficiais. Tal constatação deixa claríssimos quais os desígnios das gestões protagonizadas pelo PT: o povo, certamente, é que não era o principal beneficiário.
A corrupção perpassou o mais alto escalão da República e não se restringiu à arraia-miúda dos ministros. As principais pastas de governo estiveram no centro do mensalão e, mais intensamente ainda, do petrolão. Em especial, os ministérios da Casa Civil e da Fazenda tornaram-se antros de grossa malversação de recursos públicos.
O exemplo veio de cima. Lula já é réu em três investigações, nas quais é acusado de participação em organização criminosa (empréstimos irregulares à Odebrecht no exterior), lavagem de dinheiro e corrupção passiva (tríplex do Guarujá e sítio de Atibaia) e obstrução de Justiça (tentativa de impedir que Nestor Cerveró revelasse detalhes do petrolão). Dilma é alvo de inquérito por tentar barrar a Lava Jato e é também investigada por irregularidades nas suas duas campanhas presidenciais.
O PT deixou de herança aos brasileiros um país destroçado, em recessão e mergulhado no desemprego. Mas o pior legado das gestões de Dilma e Lula foi, certamente, a leniência com o malfeito, a livre propagação da corrupção e o amplíssimo desrespeito pelo interesse público. Esta chaga ainda demorará muito tempo para ser superada.