Opinião

“Muito obrigada, professor”, por Thelma de Oliveira

November 1985, Teresina, Brazil --- A teacher teaches students in a literacy course in Teresina, Brazil. --- Image by © Stephanie Maze/CORBIS
Foto: George Gianni/PSDB

Foto: George Gianni/PSDB

No próximo sábado – 15 de outubro – estaremos celebrando mais uma vez o Dia do Professor, uma justíssima homenagem a quem se dedica a uma das mais nobres profissões, a de educar.

Na verdade, não é uma profissão. É uma vocação.

Ser professor é algo que vem daquelas regiões mais profundas de um ser que levam a frases padrões e definitivas do tipo: “nasceu para ser professor”.

Sim, ser professor no Brasil é seguir uma vocação que vem desde a infância, que nasce na própria escola, que se consolida na adolescência e toma forma de profissão na fase adulta, na garantia de um trabalho especial, o de formar pessoas, de lhes garantir conhecimento, cultura e valores.

No Brasil são mais de 2,5 milhões de professores, da educação básica ao ensino superior, espalhados pelos rincões afora, seja dando aulas em improvisadas choupanas ou em suntuosas salas universitárias nos grandes centros do país. O dever é o mesmo e cumprido com toda a dignidade. Não há um vilarejo neste país que não conte com um professor, mesmo sem o diploma regular, mas alguém que transmite seu saber aos que menos sabem.

Há 189 anos Dom Pedro I, por decreto imperial, criou o ensino elementar no Brasil para as “escolas de primeiras letras” e começou a consolidar a profissão, inclusive estabelecendo regras de contratação e de salários.

De 15 de outubro de 1827 aos dias de hoje, o professor continua sua luta por melhores condições de trabalho e de salários, sempre desassistido pelo poder público e muito aquém do merecido reconhecimento da sociedade. Mas não desistem do seu mister, mesmo em péssimas condições e recebendo muito pouco.

Essa triste realidade é atestada internacionalmente. Pesquisa conjunta da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), realizada entre 40 países, situou o Brasil na antepenúltima colocação entre os que pagam os piores salários, superando apenas Peru e Indonésia.

A mudança de governo renova as esperanças de que teremos melhores condições políticas, econômicas e educacionais para começar a modificar essa complexa realidade nacional e a valorizar o professor.

A decisão do governo Michel Temer de colocar em debate, no Congresso Nacional, a reforma do ensino médio é a primeira e importante iniciativa, um primeiro passo para modificarmos o sistema educacional brasileiro com reflexo no cotidiano do professor.

A todos eles os nossos parabéns, o nosso reconhecimento e agradecimento porque sem um professor ao nosso lado – desde a tenra infância – jamais conseguiríamos ter a dimensão da vida, com os valores e a moral que eles nos ensinam.

Muito obrigada, professor!

*Thelma de Oliveira é vice-presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, ex-deputada federal e prefeita eleita de Chapada dos Guimarães/MT