Opinião

“O lusco-fusco da estrela”, análise do ITV

forapt FOTO ITVA outra face da moeda da vitória consagradora obtida pelo PSDB nas eleições do último domingo foi a acachapante derrocada do PT. O eleitorado puniu à altura o partido que promoveu o maior escândalo de corrupção da história do país e levou a economia brasileira à sua pior crise. Não tinha como ser diferente: o povo não é bobo.

O PT encolheu em todas as medidas: número de prefeituras, população governada, orçamento administrado, votos recebidos, vereadores eleitos. Tornou-se, assim, um partido de porte apenas médio, em meio à miscelânea de legendas que avultam no espectro político-partidário brasileiro – em termos de governos locais, menor que siglas como PR e PTB, entre outras.

De 638 prefeitos eleitos em 2012, os petistas agora só estarão à frente de 256 cidades. Entre capitais e municípios de maior porte, somente uma vitória: Rio Branco (AC). Há ainda uma capital e mais seis municípios com mais de 200 mil eleitores em disputa em 30 de outubro. No domingo, apenas 6,8 milhões de votos foram dados ao PT, tornando-o apenas o quinto da lista neste quesito, liderada pelo PSDB.

Enquanto o PT viu o total de municípios sob sua gestão cair 60%, o PSDB aumentou o número de cidades governadas em 14%, a maior marca entre os maiores partidos, e administrará pelo menos 793 cidades. Neste grupo, só o PSD, com alta de 7,6%, e o PMDB, com variação, porém, quase nula (+0,6%), aumentaram de tamanho.

A população de cidades governadas pelo PT cairá 84% a partir de 1° de janeiro de 2017, segundo dados da Folha de S.Paulo. Serão apenas 6 milhões de brasileiros, ante 38 milhões resultantes da eleição de 2012. O orçamento público sob administração petista também minguará para R$ 15,8 bilhões, queda de 86% ? sempre considerando apenas os resultados de primeiro turno.

O PT volta agora ao tamanho que tinha na eleição de 2004, quando acabara de ascender ao poder central. A paúra do PT em relação ao rechaço sofrido do eleitorado brasileiro neste domingo já faz os petistas pensarem em se reinventar formando federações partidárias, alinhadas a legendas esquerdistas quase nanicas como o PSOL, o PDT e o PCdoB.

Apaga-se também a luz que Luiz Inácio Lula da Silva ainda imaginava carregar. Nem todo seu esforço e arrogância foram capazes de ressuscitar Fernando Haddad na capital paulista ou manter o chamado, e superado, ?cinturão vermelho? na Grande São Paulo. Nem seu filho Lula conseguiu eleger como vereador em São Bernardo do Campo… Um deplorável ocaso político. Já Dilma Rousseff só serviu para afundar ainda mais os candidatos que apoiou.

Nestas eleições, os brasileiros deixaram clara a repulsa pelo modo petista de governar e deram seu voto de esperança em uma nova forma de fazer política. Também chancelaram, de uma vez por todas, a legalidade do processo político que o país viveu nos últimos meses, a despeito da gritaria de uma minoria que acusava golpe. Golpe, de morte, quem sofreu foi o PT no domingo.