Brasília (DF) – O ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci, homem forte dos governos Lula e Dilma Rousseff, foi preso nesta segunda-feira (26) na 35ª fase da Operação Lava Jato, batizada de “Omertà”, que investiga indícios de relação criminosa entre o ex-ministro e a empreiteira Odebrecht. Ao todo, foram expedidos 45 mandados judiciais, sendo 27 de busca e apreensão, três de prisão temporária e 15 de condução coercitiva. A prisão de Palocci aconteceu no seu apartamento em São Paulo. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Segundo a reportagem, o ex-ministro chegou por volta das 9h à sede da Polícia Federal e deve seguir no início da tarde para Curitiba. O juiz federal Sérgio Moro decretou o bloqueio de bens de Palocci e outros acusados até o valor de R$ 120 milhões. De acordo com o magistrado, esse é o montante indicado em planilha que supostamente registra os valores de propina repassados ao ex-ministro. A medida atinge contas e investimentos bancários dos investigados.
A PF sustenta que há indícios de que o ex-ministro atuou diretamente para obter vantagens econômicas à empresa em contratos com o com o poder público e se beneficiado de valores ilícitos. Entre as provas obtidas pela força-tarefa, estão e-mails que mostram indícios da atuação de Palocci nos crimes sob investigação.
De acordo com o jornal, entre as negociações envolvendo Palocci que a PF apura estão as tentativas de aprovação do projeto de lei de conversão da MP 460/2009, que resultou em benefícios fiscais à empreiteira e aumento da linha de crédito junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para país africano com a qual a empresa tinha relações comerciais.
O ex-chefe de gabinete de Palocci, Juscelino Dourado, e o ex-assessor do petista na Casa Civil, Branislav Kontic, também tiveram mandados de prisão expedidos e serão levados para a capital paranaense.
Mais um
Palocci é mais um dos ex-ministros dos governos Lula e Dilma a ser preso pelos agentes na operação. Na semana passada, o ex-ministro Guido Mantega foi detido na 34ª fase da Lava Jato. O ex-ministro da Fazenda foi solto algumas horas depois, por meio de uma decisão de ofício do juiz Moro.
O advogado de Palocci disse não conhecer as acusações contra o cliente. Na avaliação dele, as acusações contra o ministro são “vagas” e é “natural” que ministros da Fazenda tenham interlocução com agentes da iniciativa privada para a criação de políticas públicas para os setores.
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