Brasília (DF) – Depois do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, relator dos processos da Operação Lava Jato, dizer que a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta embaraçar as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público, foi a vez do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reproduzir as mesmas palavras, em parecer assinado na última sexta-feira (16). As informações são de reportagem deste sábado (17) do jornal O Globo.
Ao negar, na semana passada, um pedido de Lula para suspender processos que tramitam na 13ª Vara Federal de Curitiba, comandada pelo juiz Sérgio Moro, o ministro Teori disse que se tratava de “mais uma das diversas tentativas da defesa de embaraçar as apurações”. Janot usou as mesmas palavras para criticar o recurso da defesa contra a decisão de Teori. “Efetivamente, tem absoluta razão o relator: essa reclamação constitui mais uma das diversas tentativas da defesa de embaraçar as apurações”, escreveu o procurador-geral.
Janot afirmou ainda que Lula “no fundo quer gerar verdadeiro tumulto processual, conforme já consignado noutros feitos”.
Na ação, a defesa de Lula alegou que Moro estaria usurpando competências do STF, já que na Suprema Corte corre um processo semelhante aos que estão em análise em Curitiba Moro estaria usurpando competências do STF. O ministro Teori Zavascki discordou. Embora tenha reconhecido as semelhanças, o magistrado destacou que em Curitiba é investigado o possível recebimento de vantagem indevida. Já no STF, está pendente um pedido de investigação feito por Janot contra Lula por formação de quadrilha.
“Está muito claro (e assim já houve com inúmeros outros envolvidos) que a investigação no Inquérito 3.989 é, exclusivamente, quanto aos fatos que caracterizam o (autônomo) crime de organização criminosa (Lei 12.850/2013), e não os eventuais crimes cometidos no âmbito dessa organização. Parece que o agravante não compreende essa questão técnica. Ou, se compreende, fica nítido seu intuito de gerar tumulto”, completou Janot em seu parecer.
Leia AQUI a íntegra da reportagem do jornal O Globo.