Eliana Rodrigues resolveu ingressar na política para também defender a luta das mulheres
A educadora Eliana Rodrigues, presidente do PSDB Mulher, milita na política há 27 anos, filiada ao PSDB e, durante esse tempo, desempenhou diversas funções e cargos nas esferas federal, estadual e municipal de Campo Grande.
Como presidente Estadual do PSDB – Mulher acredita que Campo Grande, ressente a ausência da mulher como representante na Câmara de Vereadores.
Em relação ao atual cenário da Capital, ela é enfática em dizer que acredita no poder da educação para que o futuro seja melhor. “Conheço escola pública e o que os alunos e os professores vivenciam durante o ano letivo, o processo ensino x aprendizagem. Quem vivencia isso sabe a importância das políticas públicas para a população campo-grandense.
Com a bandeira da defesa dos direitos da mulher, Eliana Rodrigues resolveu ingressar na política para também defender a luta das mulheres. Nesse aspecto, a professora e presidente do PSDB Mulher defende participação na política nacional e local e, na questão de resolução de conflitos. Para Eliana, embora o número de mulheres ativamente participantes na política seja inferior de homens, cada vez mais elas conquistam seu espaço.
Na questão da educação, como educadora, defende o constante investimento na área.
Acompanhe a entrevista com Eliana Rodrigues:
A Crítica – Por que você resolveu ser militante em um partido político?
Eliana Rodrigues – Decidi atuar na militância porque a doutrina partidária do PSDB convergia, à época, e ainda converge com as minhas ideias e os meus propósitos enquanto cidadã inquieta, que sempre quis melhorar a realidade existente. Porque política também é lugar de mulher. Tenho a certeza de que, para auxiliar a mulher no seu empoderamento de gênero e na sua luta cotidiana de ampliar seu espaço de poder e de respeito aos seus direitos, poderia ocorrer, de forma mais eficaz, o apoio de um partido político. Assim, a luta para vencer os diversos papéis que exercemos nessa sociedade que aí está passaria a ser menos difícil.
A Crítica – Foi possível obter alguma conquista com essa atuação partidária, enquanto presidente municipal e estadual do PSDB – Mulher?
Eliana Rodrigues – Sim. Nesse tempo pude contribuir com o fortalecimento do partido, agregando um número expressivo de aliados/as, simpatizantes, que se transformaram em filiados/as, junto com as meninas do PSDB – Mulher e demais segmentos da Executiva do partido. Dessa forma, foi possível ver crescer e amadurecer as conquistas decorrentes das reuniões e dos eventos realizados em prol das mulheres de Campo Grande e de MS, através das ações pontuais e exitosas do PSDB – Mulher.
A Crítica – Por que é importante a participação da mulher no espaço político-partidário?
Eliana Rodrigues – Primeiro, para obter um equilíbrio de forças. O relatório da Unicef-2007 afirma que “o empoderamento de gênero é essencial, principalmente nas três áreas: política nacional, local e processo de paz e após conflito.”
– Na política nacional, a representação parlamentar das mulheres dá um toque mais sensível às questões de gênero e às ligadas às crianças;
– Na política local, a capacidade de articulação e redistribuição de recursos de forma mais equânime é uma realidade constatada;
– No processo de paz e após conflitos, as mulheres estão contribuindo de forma mais decisiva, uma vez que priorizam as questões sociais e o conflito tende a diminuir e a duração do embate é menor em decorrência da ação feminina.
A Crítica – Como você avalia o cenário atual, em relação à representatividade da mulher?
Eliana Rodrigues – Somos 51,3% da população brasileira e 52% do eleitorado nacional, segundo dados do IBGE e TSE. Em Campo Grande, por exemplo, temos somente três vereadoras, enquanto há 26 homens ocupando as cadeiras. Na Assembleia Legislativa, a situação é semelhante. Se por um lado a nossa representação ainda é reduzida, em termos de quantidade, por outro, ganhamos espaço com as bandeiras, discussões e projetos de leis que podem ser levantados, para fazer com que a mulher ganhe cada vez mais força e as vozes femininas ecoem mais alto.
A Crítica – Além da questão feminina, qual outra você entende como prioritária?
Eliana Rodrigues – O trabalho voluntariado é de extrema importância, uma vez que ser voluntário é se tornar parte de algo e ajudar a transformar a realidade existente de certa maneira. Precisa-se deixar claro que doação é uma coisa, voluntariado outra. E existem vários setores que precisam da atenção e ajuda das pessoas. Sozinho não se evolui. E é importante pensar em alternativas que possam ser apresentadas em parceria com o governo para incentivar o trabalho voluntário. Além do voluntariado, priorizo o empreendedorismo.
A Crítica – Você também defende a bandeira do empreendedorismo. Nesta área, como você avalia o espaço do empreendedor/a e a participação dele/a?
Eliana Rodrigues – Estamos avançando, cada vez mais, em diversos espaços. Da mesma forma, incentivar o empreendedorismo é essencial para a economia local e pessoal. Não me limito apenas ao gênero; homens, mulheres, jovens, idosos, todos os que quiserem tentar algo novo. Incentivo a procurar nichos de trabalhos não explorados. A ousadia é necessária e combustível para se buscar a formação adequada e o conhecimento da área de atuação. Tenho certeza de que seja por aí.
A Crítica – Como educadora, o que acha que seria necessário investir em Campo Grande?
Eliana Rodrigues – A vontade política gera a presença de recursos financeiros. Assim, penso que a educação é uma área em que os investimentos precisam ser constantes. Está aí um ponto de ligação. Minha experiência, inicialmente, como professora de sala de aula, somada à atuação em órgãos públicos, ocupando cargos técnicos na área de educação e de chefia, concedeu a mim a visão precisa do que seria prioritário na educação municipal, com vistas a elevar os índices do IDEB no ensino fundamental e a ampliação do número de vagas com a qualidade da educação infantil oferecida na creche e pré-escola. Defendo que precisam ser criadas mais vagas, a fim de zerar o déficit existente em Campo Grande, mediante o estabelecimento de parcerias com o Terceiro Setor, as ONGs, as OSCIPs (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), dentre outros.
*Publicado originalmente na edição desta quarta-feira (14) do jornal A Crítica de Campo Grande