Réu na Operação Lava Jato e condenado a quase 40 anos de prisão por envolvimento no escândalo do mensalão, o empresário Marcos Valério confirmou, em depoimento concedido ao juiz federal Sergio Moro nesta segunda-feira (12), a chantagem feita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho pelo assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel. As informações são de matéria da revista Veja.
“O termo certo é chantagem. Ouvi de Silvio Pereira [ex-secretário-geral do PT] na primeira conversa dentro do hotel Sofitel. Foi explícito isso. O ministro José Dirceu, o presidente Lula e Gilberto Carvalho estavam sendo chantageados”, afirmou em depoimento ao juiz Moro. Em depoimento feito em 2012, Valério havia afirmado que R$ 6 milhões teriam sido pagos ao empresário Ronan Mario Pinto para impedir que os nomes dos três petistas fossem implicados no caso da morte de Celso Daniel.
Na avaliação do deputado federal Duarte Nogueira (PSDB-SP), o possível envolvimento de Lula no crime é uma acusação muito mais grave do que as que vinham sendo feitas até então ao ex-presidente no âmbito da Lava Jato, como os casos do tríplex do Guarujá e do sítio em Atibaia. Para o tucano, há “fortes indícios” do envolvimento do PT na morte do ex-prefeito de Santo André.
“Hoje, o Brasil assiste indignado à maneira como o PT procurou se manter no poder a qualquer custo, através da corrupção, da chantagem, da cooptação, do uso de vários instrumentos criminosos”, disse Duarte Nogueira.
“Há fortes indícios de que o Celso Daniel tenha sido assassinado a mando de um processo de queima de arquivo para interesses de grupos de natureza política ou de natureza econômica com profundo enraizamento dentro do Partido dos Trabalhadores, onde o Lula sempre foi e sempre será o grande chefe. Ao ser chantageado, ele acaba provando do mesmo veneno que por muitas e muitas vezes ele utilizou como método para fazer política ao longo da sua vida”, emendou o parlamentar.
A reportagem da Veja ainda destaca que, perguntado sobre mais detalhes relativos ao caso por procuradores da Lava Jato, Marcos Valério afirmou que temia por sua vida na penitenciária e não revelou maiores informações.
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