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“Vergonhas nacionais”, análise do ITV

Foto: RIcardo Stuckert/ Insituto Lula
Foto: RIcardo Stuckert/ Insituto Lula

Foto: RIcardo Stuckert/ Insituto Lula

Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o país vive sua “semana da vergonha nacional”. O ex-presidente da República está sendo modesto. O Brasil experimenta não apenas uma semana, mas anos de vexame, desonra e humilhação. Anos em que ele, seu partido e sua pupila governaram a nação, produzindo o maior estrago da história.

Lula tem carradas de razão para apontar a vergonha. A começar pelo desemprego, a maior chaga na vida de milhões de brasileiros hoje. Ou, sabendo das coisas, o ex-presidente talvez esteja reclamando do péssimo estado da saúde, alçada à condição de principal preocupação dos eleitores em todas as capitais, segundo a mais recente rodada de pesquisas do Ibope.

Os danos, Lula tem razão, são enormes. Desde que o PT conquistou a reeleição, em outubro de 2014, foram eliminados no país exatos 2.753.883 empregos. É a maior destruição de postos de trabalho que o Brasil já experimentou, em qualquer época. Esta é uma das vergonhas a que os brasileiros começam a pôr fim com o afastamento definitivo de Dilma Rousseff.

Divulgados ontem, os resultados para os meses entre janeiro e julho são os piores em toda a série histórica do Caged – ou seja, desde 2002 – para o período. São 623 mil empregos eliminados em apenas sete meses. Equivale a uma média de 3 mil demissões por dia. Um em cada cinco brasileiros mais pobres está sem emprego.

As demissões disseminam-se por empresas como Mercedes-Benz, Embraer, Petrobras, Eletrobrás, Samarco, TIM, Vivo, GVT etc. Sem falar nos pequenos comércios que cerram as portas pelo país afora: quase 170 mil estabelecimentos foram fechados nos últimos 18 meses, o que dá quase 400 por dia.

Nesta época do ano, o mais comum é as empresas estarem contratando. Mas não é o que ocorre. A tendência é, segundo analistas, que a sangria persista pelo menos até meados do próximo ano. Com a mudança de expectativa que se abre com o fim do ciclo petista – melhor seria dizer da vergonha petista – talvez o sofrimento se abrevie.

Segundo outra fonte, o IBGE, desde que o PT conquistou seu quarto mandato o número de brasileiros sem trabalho (tecnicamente “desocupados”) cresceu exatas 5,134 milhões de pessoas, numa demonstração do estrago feito pela quase ex-presidente e pelo ruinoso modelo econômico defendido pelo seu partido.

Mas não é só. Vergonha nacional é também produzir a maior recessão da história, com três anos seguidos de queda ou estagnação do PIB – em termos per capita, ou seja, ponderado pelo total de habitantes, a retração desde 2013 atinge 16%, segundo números apresentados pelo Ministério da Fazenda ao Senado na quarta-feira.

Como se não bastasse, por fim, vergonha nacional é cometer o maior assalto aos cofres públicos, avacalhar as contas públicas e protagonizar o maior escândalo de corrupção de que se tem notícia. Lula está coberto de razão. A este vexame histórico, o Brasil está dizendo não. Em mais alguns dias, Dilma Rousseff passa a ser ex-presidente da República e o PT terá contas a prestar com a história.