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Seja mulher

Marta celebra seu gol durante jogo do Brasil contra os Estados Unidos, 14 de Dezembro de 2014. Bruno Domingos/Mowa Press

jogadoras-da-selecao-brasileira-de-futebol-feminino-comemoram-a-conquista-da-copa-america-que-valeu-vaga-na-copa-do-mundo-de-2015-1411934343214_1024x768Crescemos ouvindo em tudo que é canto a frase “seja homem”

Crescemos ouvindo em tudo que é canto, em momentos de crise ou de brincadeira, a frase “seja homem”. Até nós, mulheres, quando alguém queria ou quer nos encorajar, corremos o risco de ouvir esse “estímulo”. Pois bem, assistindo aos primeiros jogos de futebol, lembrei dessa expressão.

A seleção feminina sempre foi desmerecida e a menina abandonada do esporte, principalmente se fizermos a inevitável comparação. As que conseguem ter visibilidade, tratam logo de sair correndo do Brasil, para poderem driblar o descaso e viver de sua profissão. Como crianças que precisam de lares e novas famílias que as adotem e lhes tratem com o amor e a dignidade que merecem. Quem nos deu Marta de presente, foi a Suécia, que a “resgatou”, quando tinha ainda 14 anos, para nos revelar a melhor do mundo. E foi justamente contra a “mãe adotiva”, que nossas meninas de carne e osso, comandadas por Marta, deram aula de garra, técnica e seriedade. Mesmo que nos anos que antecedem às Olimpíadas, não tenhamos muito conhecimento do que elas andam fazendo pra viver e crescer como atletas, elas renascem das cinzas e com a dignidade de quem tem um filho pra botar no mundo, consideram fundamental cada minuto em campo e acreditam em todo lance.

Coluna Zélia Duncan

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