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Em meio à crise, PT fica isolado nas eleições municipais

Dilma ebc 1(2)Brasília (DF) – Após os sucessivos escândalos de corrupção envolvendo diversos dirigentes e líderes do PT, o partido vem perdendo cada vez mais força no cenário político nacional, e deve disputar seu primeiro pleito pós-impeachment com um acentuado isolamento nas capitais.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira (1º), a legenda deve lançar candidatos próprios em 20 das 26 capitais e a tendência é de chapa pura em 10 desses municípios. Em outros estados, a composição deve se limitar a alianças com pequenos partidos ou com aliados que se opõem ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

Para o deputado federal Miguel Haddad (PSDB-SP), a operação Lava Jato acabou sendo “crucial” para esse cenário de enfraquecimento político da sigla, ao revelar o envolvimento de grandes líderes petistas com esquemas de corrupção “A Lava Jato, assim como outras operações, tem no cerne das investigações o PT. O tesoureiro, o ex-presidente Lula, integrantes do partido. Todas as investigações conduzem ao PT, o que faz com que haja esse desgaste político”, afirmou.

Segundo a reportagem, a conjuntura de isolamento deve provocar uma espécie de volta às origens petistas, com candidatos menos competitivos, campanhas mais baratas e discurso mais à esquerda. Em Belo Horizonte (MG), por exemplo, o partido vai para eleição sem a companhia dos partidos aliados do governador Fernando Pimentel, como PMDB e PRB.

Na avaliação do tucano, o isolamento é “natural” e consequente da corrupção generalizada que se instalou no partido. “O PT é o centro da corrupção hoje. O Brasil inteiro tem assistido às pessoas tentando se afastar do PT e uma boa parte são aquelas que defendiam de forma ferrenha, com muita intensidade. O partido tem máculas gravíssimas. Isso demonstra o quadro atual do PT, um partido com a grande maioria dos membros envolvidos em corrupção, sem a menor condição de conduzir o país, com boa parte das administrações municipais com péssimas avaliações”, completou.

2012

Na campanha municipal de 2012, disputada no auge da popularidade de Dilma, o PT lançou chapa pura em apenas três capitais. Partidos aliados na época, como PR e PSB, eram comuns nas chapas petistas pelo país.

De acordo com o jornal, a negociação com o PMDB estabeleceu naquele ano o apoio ao peemedebista Eduardo Paes no Rio em troca da aliança com candidatos petistas em Belo Horizonte e em São Luís (MA). Hoje, quatro anos depois, o PT não terá o apoio nem apoiará o PMDB em nenhuma das capitais.