Com salários de R$ 10.523 por mês para os médicos cubanos que atuam no programa Mais Médicos, o governo de Cuba está pleiteando com o governo brasileiro um reajuste dos salários. Na semana passada, a vice ministra de Saúde Pública de Cuba, Marcia Ruiz, esteve em Brasília para tratar do tema – uma vez que o governo do país aliado do PT e do governo Dilma Rousseff embolsa parte dos recursos repassados aos profissionais de saúde.
Apesar das negociações, o Ministério da Saúde brasileiro diz que ainda não há definição sobre aumento nos repasses para Cuba, como revela reportagem do jornal O Globo publicada nesta terça-feira (19). Atualmente, o país é o que mais destina profissionais ao Brasil para atuar no Mais Médicos, mas grande parte dos recursos repassados pela União para Cuba não chega aos médicos.
Lançado em 2013, o Mais Médicos já foi alvo de diversas advertências da Justiça e até de denúncias que indicavam que o principal objetivo do programa, vitrine do governo Dilma Rousseff, era de agradar o governo cubano.
O número de profissionais estrangeiros predomina dentro do programa. Os últimos números do Ministério da Saúde indicam que em um total de 18.240 médicos que atuam no Mais Médicos, mais de 11 mil são de Cuba.
O deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE) alerta para a vulnerabilidade dos profissionais cubanos que vêm ao Brasil trabalhar pelo programa, mas que recebem bem menos que o esperado.
“A formatação dessa parceria com o governo de Cuba através de uma triangulação da Organização Pan-Americana de Saúde deixa uma vulnerabilidade para aquele profissional que está trabalhando, porque o governo aloca R$ 10 mil por cada profissional, mas esse dinheiro vai para Cuba. Para o profissional, fica menos de R$ 3 mil. Não deixa de ser justa a reivindicação dos profissionais. Entretanto, o modelo construído é que está errado.”
Diante do histórico marcado por problemas, Gomes de Matos afirma que a possibilidade de reajuste deve ser vista com cautela. Para o deputado, o governo cubano precisar dar mais transparência sobre o uso do dinheiro repassado pelo Brasil.
“Nós precisamos ter mais transparência em relação a essa triangulação das contratações desses profissionais. Mesmo que a Organização Pan-Americana cobrasse uma tarifa não poderia ser de R$ 7 mil reais, o dobro do valor que é pago por profissional. Nós precisamos ter clareza em relação a esse convênio, a essa parceria, que nos deixa muito vulneráveis em relação ao que efetivamente o profissional recebe.”
Clique aqui para ler a íntegra da reportagem do jornal O Globo.