O juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato, defendeu a legitimidade dos áudios em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi interceptado conversando com autoridades com foro privilegiado, no âmbito das investigações conduzidas pela Polícia Federal. A manifestação do magistrado foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) em resposta a uma reclamação ajuizada pela defesa de Lula no dia 5 de julho.
O inquérito envolvendo o petista voltou às mãos de Moro por ordem do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. Apesar de ter anulado o áudio que mostra a conversa com Dilma, o ministro do STF manteve outras interceptações que envolvem autoridades como, por exemplo, Jaques Wagner e Edinho Silva, que na época eram ministros, e com o senador petista Lindbergh Farias (RJ).
O deputado federal Geraldo Resende (PSDB-MS) também defende a validade dos áudios e disse que, apesar da polêmica em torno das gravações, elas contém informações importantes que devem ser levadas em consideração. “Os áudios são peças fundamentais para mostrar o conluio entre Dilma e Lula no sentido de prejudicar a Operação Lava Jato e obstruir a Justiça”, disse.
Resende elogiou a forma como o juiz paranaense tem conduzido as investigações e criticou as tentativas petistas de blindar seus aliados a todo custo. “O ex-presidente não possui foro privilegiado. Ele age como se tivesse ainda algum privilégio. Moro está acompanhando desde o início toda essa situação que envergonha toda a nossa nação. Ele tem sido muito corajoso e mostra que vai até as últimas consequências para expor as vísceras de um sistema tão corrupto implantado pelo governo do PT”, concluiu.
Moro disse que estas gravações só serão usadas “se tiverem relevância probatória na investigação e na eventual imputação do ex-presidente” e mediante autorização de Teori.