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José Dirceu se torna réu pela segunda vez na Operação Lava Jato

935340-dirceu_tribunal-1-6A denúncia apresentada pela força-tarefa da Lava Jato, nesta terça-feira (28), contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi aceita hoje (29) pelo juiz Sérgio Moro. Desta vez, o petista está sendo acusado de receber R$ 2,1 milhões em propina de fornecedoras de tubos da Petrobras. Além dele, o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque e mais cinco pessoas também foram denunciadas por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O ex-ministro já está preso preventivamente em Curitiba, também como réu da Lava-Jato.

Carlos Baptista e Paulo Palhares, executivos da empresa Apolo Tubulars, procuraram o lobista Julio Camargo e Renato Duque para entrarem na lista de fornecedores da estatal. Em troca, combinaram pagar R$ 7 milhões em propina – dos quais 30% seriam destinados a Dirceu. O esquema rendeu um contrato de R$ 450 milhões à fornecedora de tubos. As informações são de matéria publicada hoje (29) pelo jornal O Globo.

No mesmo dia em que foi alvo de nova denúncia, Dirceu recebeu do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, parecer favorável ao seu pedido de indulto no caso do mensalão, o que pode extinguir a pena no julgamento do esquema de compra de votos no Congresso. A decisão final caberá ao ministro do STF, Luís Roberto Barroso. Caso ele aceite o pedido, Dirceu não precisará cumprir toda a pena de sete anos e 11 meses determinada pelo Supremo referente ao mensalão.

O deputado federal Geraldo Resende (PSDB-MS) criticou a decisão de Janot e disse que o parecer vai de encontro com o momento que o país vive. “Esse parecer passa a impressão de que o crime compensa. É um mau exemplo em um momento de forte apelo popular contra a corrupção. O cumprimento total da pena que foi imposta ao Dirceu serviria de exemplo que, aqui, a impunidade não tem vez”, afirmou.

O tucano ressaltou a importância das 10 ações propostas pelo Ministério Público para combater a corrupção e o enriquecimento ilícito de agentes públicos. “O momento é de sermos rigorosos ao extremo e aprofundar cada vez mais as investigações. Quem cometeu crimes deve sofrer as consequências.  A população brasileira já não aguenta mais esses escândalos envolvendo o dinheiro público”, concluiu.