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Venezuela: Defensores de regime apoiado por Dilma e Lula agridem deputados da oposição

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante declaração à imprensa, no Palácio do Planalto

Dilma Rousseff recebe presidente da VenezuelaA Venezuela viveu ontem mais um capítulo violento da crise que abala o país. Deputados opositores que protestavam em Caracas diante do prédio do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) foram fortemente agredidos por militantes chavistas – que sustentam o governo defendido pelo ex-presidente Lula e a presidente afastada Dilma Rousseff. A manifestação tinha o objetivo de exigir a ativação de um referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro, ainda este ano.

A oposição acusa o governo de atrasar o processo para que uma eventual consulta só ocorra em 2017, quando a retirada de Maduro resultaria na posse do vice, sem necessidade de novas eleições. Ao longo dos 13 anos em que o PT esteve na Presidência da República, o Brasil apoiou sistematicamente os governos chavistas. Com a troca de comando no Palácio do Planalto, o chanceler José Serra (PSDB) passou a condenar a situação de desrespeito aos direitos humanos na Venezuela imposta pelos aliados de Maduro.

Segundo matéria publicada nesta sexta-feira (10) pelo jornal Folha de S. Paulo, a polícia não impediu as agressões, que também tiveram jornalistas como alvo. Um dos mais atingidos foi o deputado Julio Borges, que teve o nariz fraturado com uma barra de metal. Ele atribuiu o ataque aos “coletivos”, civis que atuam como milícias chavistas.

Na opinião do deputado federal Guilherme Coelho (PSDB-PE), o modelo de governo venezuelano é “ultrapassado e deve ser extinto do mundo”. “Isso é um desrespeito com as pessoas e um desrespeito com a oposição. Onde há democracia, deve existir o respeito à oposição. O presidente Maduro acabou com a Venezuela, que hoje vive um desabastecimento generalizado. A truculência não é só física, mas é também no trato do governo com as empresas privadas que são tomadas de assalto e com a população que sofre com desemprego”, disse.

Coelho considera a situação da oposição venezuelana complicada diante do controle exercido pelo presidente Maduro sob as instituições do pais. “Isso é inadmissível e precisa de uma vez por todas acabar para a Venezuela voltar a ser um país livre. A oposição, mesmo oprimida, tem feito um bom papel e acredito que é só uma questão de tempo para esse referendo sair e esse governo cair. O país está dando os passos necessários para que logo logo haja uma nova forma de governo no país”, afirmou.

Em nota, o governo brasileiro manifestou preocupação com o ataque, pediu apuração dos fatos e considerou que as agressões dificultam o diálogo na Venezuela. O país vive num ambiente marcado pela proliferação dos saques e manifestações contra a falta de comida em vários setores da capital.