Opinião

“Luz no fim do túnel?”, por Fernando Henrique Cardoso

* Artigo publicado neste domingo (5) no jornal O Estado de S. Paulo

Fernando Henrique Cardoso FHC Foto Renato Araujo ABrPassados os dias de ansiedade do processo de impeachment, com forte probabilidade de o Senado reafirmar a decisão da Câmara, o País perceberá que seus problemas continuam à espera de solução. São muitos, desde os econômicos (para os quais o novo governo, forçosamente, voltará o olhar), passando pelos morais (a Lava Jato é o melhor sinal de que podem ser encaminhados), até os sociais, que são os que mais atazanam o povo, à frente o desemprego e a carestia, frutos da má condução econômica das últimas fases do petismo no poder. Estes problemas, infelizmente, não poderão ser resolvidos da noite para o dia. Como tampouco poderão ser os da saúde, os da educação, da segurança ou os dos transportes.

O povo sente que é assim. Espera sinais de mudança e isso o governo Temer pode e deve dar.

Há outros temas para os quais os primeiros passos podem ser dados. Refiro­-me aos entraves políticos em sentido profundo: não foram só um governo e o partido que o sustentava que desmoronaram. Há a implosão de todo um sistema político­-eleitoral que aparta o Congresso, os partidos e mesmo o Executivo do sentimento popular. A legislação partidária e eleitoral criada a partir da Constituição de 1988 não corresponde mais aos anseios do povo nem cria as condições de governabilidade que a sociedade requer. Espera-­se que o novo governo dê os passos iniciais da reforma política. Estruturas políticas (como as econômicas e as sociais) não mudam de repente nem o fazem em sua totalidade, salvo em momentos historicamente revolucionários, o que claramente não é o nosso caso. Sendo assim, no que consiste a falada reforma política?

Leia a íntegra da artigo de Fernando Henrique Cardoso AQUI.