Brasília (DF) – Durante cerca de quatro horas, o Salão Nobre do Palácio do Planalto foi transformado em um verdadeiro acampamento nesta segunda-feira (09/05), quando foi ocupado por mais de cem militantes contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Após mais uma cerimônia restrita aos apoiadores do governo, uma plateia eufórica comemorou a decisão, posteriormente derrubada, do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular o processo de impeachment na Casa. Faixas e bandeiras “contra o golpe” foram estendidas em todo o local.
Para o deputado federal Fábio Sousa (PSDB-GO), a gestão da presidente Dilma Rousseff esquece que o Palácio do Planalto não é sede do PT, mas sim do Executivo nacional. Ele acrescentou que todos os brasileiros têm o direito de se manifestar, mas que certas regras devem ser respeitadas.
“Todo mundo tem direito de se manifestar, todo mundo. Contra, a favor, chamar o outro de ‘golpista’, todo mundo tem direito de falar no Brasil, de se manifestar, liberdade de expressão. O país é livre e tem que continuar assim. Entretanto, há certos rituais, certos locais que precisam ser respeitados e, até de certo modo, reverenciados”, apontou.
“Fazer o que fizeram ontem lá no Palácio do Planalto? Não podem esquecer que o Palácio do Planalto não é sede do PT, não é sede de grupo social, de um aglomerado, é sede do Brasil. E como sede do Brasil, e tem que ser representativo de todos os lados. A gente fica abismado por causa disso. Qualquer manifestação na rua, ou em qualquer outro lugar, tem que respeitar certas leis e certos ritos. A liberdade de expressão não pode ser traduzida como libertinagem”, disse o tucano.
O parlamentar destacou que tanto a atitude da presidente Dilma Rousseff de permitir a ocupação do Planalto por seus apoiadores quanto a série de comícios fechados, travestidos de eventos oficiais, que a petista tem promovido são atitudes desesperadas que representam o fim de um governo acuado.
“Toda essa situação é o triste fim de um governo. Na verdade é isso, o triste fim de um governo que se acabou, que não tem mais a mínima condição de continuar”, completou Fábio Sousa.