Brasília (DF) – Um dos autores do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff atualmente em análise na Câmara, o jurista Miguel Reale Júnior destacou que os deputados serão os “libertadores” da população da “prisão de mentiras e corrupção” em que o governo petista transformou o país. Nesta sexta-feira (15/04), foi realizada a abertura dos três dias de debate e votação do impeachment no plenário da Câmara. No domingo, será definido se o processo avança ou não para o Senado.
“Os senhores são os nossos libertadores dessa prisão que vivemos enojados no meio da mentira, da corrupção, da inverdade, de irresponsabilidade, do gosto pelo poder sem se preocupar com aquilo que vai acontecer na vida dos brasileiros, especialmente dos mais pobres”, disse. “Os senhores são os nossos libertadores”, reforçou aos parlamentares. As informações são do jornal Folha de S. Paulo (15/04).
Reale Júnior rechaçou o discurso de golpe repetido à exaustão pela presidente Dilma Rousseff, em uma tentativa de deslegitimar o processo. “Cismam os palacianos em dizer que [o impeachment] se trata de um golpe. Golpe se houve quando se sonegou a revelação de que o país estava quebrado. Golpe, sim, houve quando se mascarou a situação fiscal do país. Continuaram a fazer imensos gastos públicos e tiveram que se valer de empréstimos de entidades financeiras controladas pela União, para mascarar a situação do Tesouro Nacional”, afirmou.
Para o jurista, as pedaladas fiscais e a assinatura de decretos que autorizavam gastos sem a anuência do Congresso constituíram sim crime de responsabilidade. Ele destacou que “o crime mais grave” cometido pela presidente foi não ver “limites em destruir a economia brasileira”, e acrescentou que “é o conjunto da obra que mostra a irresponsabilidade” da presidente.
“Apresentou-se um superávit primário falso. E vai dizer que isso não é crime? Que vir a esta Casa solicitar que se afaste a presidente por sua gravíssima irresponsabilidade em jogar o país na lona é golpe?”, questionou. “O Brasil entrou no cheque especial e está falido. E por que foi possível fazer isso? Porque foi possível esconder essa realidade da população brasileira por meio das pedaladas”, completou.