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Quadrilha desviou R$ 48 milhões de hospitais no Rio

FOTO: Philippe Lima / SESEG
FOTO: Philippe Lima / SESEG

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Brasília (DF) – Fica fácil entender a crise que assola a saúde pública nacional, quando se abre um jornal como a Folha de S.Paulo e lê que uma só quadrilha, no Rio de Janeiro, desviou R$ 48 milhões em fraudes de hospitais cariocas de importância fundamental para a população carente, como o Pedro II, em Santa Cruz, e o Ronaldo Gazolla, em Acari.

A corrupção que parece grassar em todos os órgãos públicos, nos últimos tempos, é particularmente cruel quando ataca a saúde pública, porque tira vidas, a cada real roubado. O dinheiro desviado faz uma falta enorme em vacinas, atualmente em falta nos postos de saúde de vários estados; em esparadrapo e gaze, que parentes de internos precisam levar em muitos hospitais; em políticas sanitaristas efetivas, que impeçam uma epidemia como a de microcefalia de se alastrar pelo Brasil, como acontece agora.

Até o momento ninguém veio a público dizer o que será das crianças atingidas por uma doença que poderia ter sido evitada, não fosse a inépcia e leveza com que o Ministério da Saúde recebeu a notícia da entrada do vírus Zika no país.  Mais uma tragédia brasileira vem se somar a tantas outras, como a do Rio Doce ou a das enchentes e deslizamentos das serras fluminenses, todas  causadas e agravadas pela ganância e a corrupção e das quais, aos poucos, ninguém fala mais.

Veja como funcionava o esquema:

Arte PSDB Mulher

Arte PSDB Mulher

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para entender melhor o tamanho do roubo, com os R$ 4,5 milhões desviados da Carioca Medicamentos, seria possível pagar merenda escolar para dois milhões de alunos da rede pública durante um ano.

Com os R$ 1,7 milhões desviados no contrato da Life Care, seria possível construir 49 mil casas do modelo mais caro entre os três oferecidos pelo programa Minha Casa Minha Vida e com os R$ 27, 2 milhões da Cirúrgica Simões daria para levantar do chão dois hospitais, com 160 leitos e UTI para 12 pessoas, cada.

E chegamos apenas aos três primeiros envolvidos. Agora é só imaginar quantas creches para crianças de zero a quatro anos poderiam ser construídas; quantos postos de saúde; quantos quilômetros de rede de saneamento básico, que ligasse sua casa ao esgoto e livrasse seus filhos dos mosquitos e da sujeira, esse dinheiro poderia construir!

Corrupção mata mais do que qualquer doença e não podemos ter contemplação com políticos e empresários corruptos. É a vida de nossos filhos, o nosso futuro e a nossa dignidade que estão levando.

Clique AQUI para ler a matéria da Folha de S.Paulo.