São Paulo (SP) – O PSDB e o Instituto Teotônio Vilela (ITV) promoveram, nesta segunda-feira (23/11) na capital paulista, o seminário “Caminhos para o Brasil – Meio Ambiente e Sustentabilidade. O evento, que integra as comemorações de 20 anos do ITV, contou com a participação do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, do presidente do ITV, José Aníbal, e do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso.
Além dos palestrantes e de diversas lideranças do setor ambiental, também participaram das discussões o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, o ex-deputado Eduardo Jorge, que foi candidato à presidência da República pelo PV, os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Antonio Imbassahy (PSDB-BA), o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues e o ex-ministro do Meio Ambiente José Carlos Carvalho.
O presidente do ITV, José Aníbal, avaliou que os seminários promovidos pelo instituto têm o propósito de conversar com a sociedade, não só com os partidos políticos. “Estamos fazendo uma jornada de reflexão. Precisamos pensar o Brasil e o mundo”, afirmou.
Ele lembrou um artigo escrito pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que estabelecia a questão ambiental como a maior ameaça para o planeta. “O terrorismo não destruirá a nossa civilização, mas o aquecimento global pode”, considerou Aníbal.
Para o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, o governo federal deve tratar a questão sustentável acima das tensões políticas. “Esse é sim um tema que deve unir o Brasil”, disse. Ele lembrou a tragédia social e ambiental causada pelo rompimento de duas barragens em Mariana (MG), que danificou ecossistemas e deixou milhares de pessoas sem casa e sem água.
“O que nós estamos vendo nessas áreas é uma tragédia cotidiana. Além dos problemas ambientais, o problema social é também de enorme dimensão. Um novo ciclo econômico deveria ser iniciado para substituir a atividade de mineração nessas regiões”, destacou.
Matriz energética
Já o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez um alerta: as políticas energéticas brasileiras precisam de uma revisão. O” Brasil apostou muito da sua matriz energética no combustível fóssil, enquanto outros países marcharam em outra direção, mais sustentável”, disse.
Para ele, o Brasil precisa de um desenvolvimento que seja compatível com o meio ambiente e a natureza. “O país não conseguirá dar um passo definitivo nessa questão se não houver bastante pressão da sociedade”, salientou.
As boas iniciativas no setor também foram lembradas, pelo governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Ele destacou políticas desenvolvidas pelo Estado, como um protocolo que será apresentado na Conferência sobre o Clima de Paris, a COP 21, em que grandes empresas se comprometem a reduzir as emissões de gás de efeito estufa. São Paulo foi o primeiro estado no país a implantar um programa de trabalho com as mudanças climáticas, o Proclima.