A falta de chuvas ao longo do ano e a alta do dólar contribuíram para o aumento de preços de alimentos, como a batata inglesa e o filé mignon, que subiram até 68% nos últimos 12 meses.
Nos doze meses encerrados em outubro, os alimentos subiram 10,39%, superando os 9,93% da inflação medida pelo IPCA. No Rio de Janeiro, a alta foi de 9,81%. Especialistas dizem que os aumentos devem continuar.
Em entrevista, a técnica do Ipea Maria Andréia Parente, do Grupo de Análises e Previsões, considera que foi um ano de aumento principalmente dos produtos in natura. O ano foi de estiagem. Todo ano é assim, mas a intensidade este ano parece ter sido maior.A alta do dólar também refletiu, encarecendo itens que dependem do trigo importado, como pão francês, que ficou 8,73% mais caro no Rio, macarrão, que subiu 11,54%, e biscoito, 7,75%.
E como acaba tornando os produtos brasileiros mais competitivos lá fora, incentivando as exportações, por outro lado, reduz a oferta desses itens no mercado nacional, pressionando os preços. Foi o que aconteceu, por exemplo, com as carnes, que ficaram 20,91% mais caras no Rio e 17,16% no país.