Opinião

“O mau exemplo tem que acabar”, por Solange Jurema

Foto: George Gianni/PSDB
Foto: George Gianni/PSDB

Foto: George Gianni/PSDB

Imaginemos uma adolescente, na faixa dos 15 anos de idade, interessada em atuar na política partidária e que acompanhe mais de perto as principais autoridades públicas da hierarquia do país, especialmente os mandatários, os presidentes da República, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Na faculdade, nossa hipotética jovem pensa em cursar Direito e lê cotidianamente os principais jornais, assiste às emissoras de televisão e, claro, participa ativamente das redes sociais.

De uns dois anos pra cá ela viu o mundo político brasileiro desabar. Veio a “Lava Jato”, a descoberta das mentiras eleitorais e a adoção de medidas duras na economia que atingiram especialmente os trabalhadores e as classes sociais “C”, “D” e “E” – exatamente os segmentos que votaram na candidata-mulher, por acreditar em suas promessas de não mexer em direitos adquiridos, nos programas sociais e que a inflação estava sob controle.

Como se não bastasse, a presidente petista Dilma Rousseff vê seu governo desmoronar e é obrigada a se deixar “tutelar” na área econômica, pelo ministro da Fazenda e na política, agora, pelo PMDB, que ganhou mais um ministério, agora administra sete, alguns bem fortes, como Saúde e Portos, e cargos, além do seu mentor, Lula, também investigado pela Polícia Federal.

É isso mesmo, nossa menina entendeu bem; para se manter no cargo, a presidente entregou a Saúde e a Ciência e Tecnologia do Brasil a políticos do PMDB claramente despreparados para o enorme desafio das suas pastas.

Como resolver essa situação absurda? – pergunta-se nossa menina.

A Constituição estabelece os princípios éticos da moralidade pública, da impessoalidade na administração, do combate à corrupção e da defesa do patrimônio público.

Ela se sente totalmente confusa.

Ouve que a presidente da República não sabia de nada sobre os bilionários desvios de recursos da Petrobras, embora fosse ministra das Minas Energia, presidente do Conselho da estatal e Chefe da Casa Civil e, recentemente, presidente do Brasil.

Sua eleição está sendo questionada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e as contas do seu governo no Tribunal de Contas da União (TCU), por diversas irregularidades e ilegalidades.

Agora, tenta-se afastar o ministro-relator do TCU, Augusto Nardes, que analisa as “pedaladas fiscais” nas contas do governo do ano passado. Uma indevida tentativa de indeferir em outro Poder, no caso o Legislativo.

Para abalar ainda mais a fé da adolescente nas instituições e no Poder Público brasileiro, a mulher-presidente resolve extinguir a Secretaria Nacional de Políticas Públicas Para Mulheres com o objetivo de economizar, esquecendo-se da importância e relevância da maioria da população.

Não, minha jovem amiga, não desista da política, do Brasil e do respeito à Constituição e às instituições.

Ainda temos partidos como o PSDB e figuras ímpares no Judiciário como o juiz Sérgio Moro, um Ministério Público atuante e uma Polícia Federal ágil e competente.

O Brasil tem futuro e ele é seu, minha jovem amiga.

*Solange Jurema é presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB