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Analista demitida do Santander por projeção sobre riscos da reeleição de Dilma será indenizada por danos morais

economia-brasil-300x193Brasília (DF) – Demitida do banco Santander, no ano passado, por conta de uma carta enviada aos clientes que alertava sobre os riscos que a reeleição da presidente Dilma Rousseff poderia trazer à economia, a ex-superintendente de investimentos Sinara Polycarpo deverá receber do banco uma indenização de R$ 450 mil por danos morais. As informações são de reportagem publicada nesta sexta-feira (11/9), no portal InfoMoney.

A matéria foi julgada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região de São Paulo. Sinara foi demitida pelo banco, onde trabalhou por oito anos, após redigir uma carta, em junho de 2014, em que apresentava um cenário de deterioração da economia brasileira, alta do dólar e queda do Ibovespa, caso a então candidata à reeleição Dilma Rousseff voltasse a subir nas pesquisas de intenção de voto.

Na época, a reação do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva foi enfática: ele pediu ao então presidente mundial do Santander, Emilio Botín, a demissão da analista e chegou dizer, dirigindo-se à Sinara como “moça”, que ela “não entende p**** nenhuma de Brasil e de governo Dilma”. Após um pedido formal de desculpas ao governo brasileiro, o banco Santander comunicou o desligamento da superintendente.

Falta de comprometimento

Dentre os argumentos que embasaram a decisão da juíza Lucia Toledo Rodrigues está o fato de que, tendo em vista o atual cenário econômico do país, a atitude do banco demonstrou falta de comprometimento perante os seus investidores e parcialidade ao demitir Sinara, atendendo a interesses políticos por conta da eleição.

“Se eles (os investidores) acreditassem na assertiva de que a economia seguiria a ‘bem-sucedida trajetória de desenvolvimento’ (como foi divulgado pelo banco), fatalmente amargariam prejuízos financeiros, dada a retração da economia e a desvalorização do nosso câmbio e dos ativos negociados na bolsa de valores”, ressaltou a juíza.

Como foi tomada em 1ª instância, o banco Santander ainda pode recorrer da decisão.