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BNDES financiou obra em Cuba com condições mais favoráveis que as praticadas pelo mercado

Cuba-Porto-Mariel-Odebrecht-DivulgaçãoBrasília – A taxa de juros e o prazo para pagamento que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concedeu para o financiamento do porto de Mariel, em Cuba, foram mais favoráveis do que o indicado pelas práticas de mercado. As informações são de reportagem que a Folha de S. Paulo publicou nesta quarta-feira (3).

Os juros variam entre 4,44% e 6,91%, e um especialista ouvido pela Folha indica que uma operação a um país com o perfil de Cuba demandaria taxa na casa de 11% a 12%. Em relação ao prazo para a quitação do empréstimo, Cuba terá 25 anos, segundo a reportagem, enquanto o prazo médio concedido pelo banco é de 15 anos.

“Dados como esse comprovam que o BNDES deixou de ser um banco de fomento para se tornar mais uma peça no esquema implantado pelo PT”, afirmou o deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT).

O tucano destacou que a qualidade da atuação do BNDES foi uma das principais bandeiras apresentadas pela então candidata Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral. “Ela mentiu à população quando defendeu a atuação no banco. Esse caso de Cuba mostra que estamos vendo mais de um crime presente em uma única operação”, declarou.

Leitão criticou ainda a gestão petista pelo sigilo do BNDES. A abertura das informações sobre as operações no banco tem sido tema de mobilizações da oposição no Congresso Nacional e um projeto que abriria parte dos dados foi vetado recentemente por Dilma.

“A preocupação grande em tentar manter o sigilo deixa claro que há algo controverso. Afinal, se não houvesse, não haveria problemas em apresentar os dados à sociedade. Infelizmente, vai demorar décadas para que saibamos o que realmente se passa no banco”, acrescentou o tucano.