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Pediatras podem deixar salas de parto em cesáreas de baixo risco

Foto: Corbis Images
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*Publicado na edição desta quarta-feira (13) no jornal O Tempo

Cesarianas realizadas em todo o Brasil podem deixar de contar com a assistência de um médico pediatra. A possibilidade está sendo discutida por meio de uma consulta pública lançada no site do Sistema Único de Saúde (SUS) em 23 de abril. Se a mudança virar realidade, o profissional poderá ser substituído por outro de qualquer especialidade ou mesmo por um enfermeiro. O Ministério da Saúde não admite, mas médicos acreditam que essa seria uma estratégia para driblar a falta de pediatras, em especial em áreas mais afastadas dos grandes centros.

Hoje, além do especialista, as salas de parto contam com um obstetra e um anestesista. A ideia, segundo a proposta que nasceu na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), seria substituir o pediatra em casos de gestações em que não há sinais de problemas. “Está evidenciado que não há necessidade de pediatra na sala de parto em cesariana quando o feto está a termo, na ausência de sofrimento fetal e na ausência de situação de risco para gestante”, diz o texto. Apesar de a proposta nascer no SUS, se aprovada, ela pode valer para todas as maternidades.

Recusa. Em seu site, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) publicou documento contra a sugestão do SUS. A seção mineira da entidade também rejeitou a proposta. “Melhoramos muito, mas a mortalidade neonatal no Brasil, responsável por 70% da mortalidade infantil no país, mostra que precisamos ainda fazer um grande esforço tanto na assistência para a mãe quanto para o recém-nascido”, afirma a presidente da entidade, Raquel Pitchon do Reis.

A opinião é compartilhada por outros profissionais. A professora da UFMG Leni Márcia Anchieta afirma que o pediatra é o profissional que mais segurança traz para os bebês. “Somos importantes em casos de imprevistos”, argumenta. Aline Santiago, membro da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas (Sogimig), defende a necessidade de uma equipe completa e diz que a retirada do pediatra da sala de parto deixa os bebês desassistidos. “O pediatra dá assistência ao feto, mesmo que seja parto de risco habitual. Por exemplo, um bebê que nasce com alguma dificuldade respiratória, que pode não ser resultado de risco constatado na gestação, precisa do auxílio do pediatra”.

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