Opinião

“Comemorar, mesmo assim”, por Thelma de Oliveira

Foto: George Gianni/PSDB
Pietá de Michelângelo - fotografia de Tânia Ribeiro

Pietá de Michelângelo – fotografia de Tânia Ribeiro

No próximo domingo estaremos todos reunidos em nossas casa para comemorar o Dia das Mães, uma homenagem que se repete anualmente para as mulheres que optaram pela maternidade, mesmo em tempos difíceis como os que vivemos nos dias de hoje no Brasil.

Como comemorar o Dia das Mães quando cerca de 8 milhões de brasileiras ainda vivem na miséria extrema, apesar de todo o discurso oficial?

Como comemorar o Dia das Mães quando duas mulheres morrem no parto por dia porque não existem hospitais decentes?

Como comemorar o Dia das Mães quando as mulheres são as maiores vítimas da política econômica desse governo, perdendo mais empregos do que os homens?

Como comemorar o Dia das Mães quando faltam pelo menos 1 milhão de vagas em creches e isso impede de milhares de mulheres de trabalhar?

Como comemorar o Dia das Mães quando diariamente 15 mulheres são brutalmente assassinadas?

Como comemorar o Dia das Mães quando diariamente 137 mulheres são estupradas?

Como comemorar o Dia das Mães quando sabemos da existência de 250 mil crianças prostituídas no Brasil?

Como comemorar o Dia das Mães quando se sabe que elas são responsáveis por 40% dos lares brasileiros e ganham 25% a menos do que os homens?

Como comemorar o Dia das Mães no Brasil quando se sabe que as mulheres são a maioria da população, do eleitorado, e não ocupam nem 15 % dos cargos eletivos do país?

Como comemorar o Dia das Mães quando vimos uma mulher no comando do país, nos envergonhando?

Sim, é difícil comemorar, mas jamais deixaremos de lutar para mudar todo esse trágico quadro nacional.

Vamos comemorar mostrando aos nossos companheiros, à nossa família, aos vizinhos e amigos, que a mulher brasileira é guerreira, é lutadora e não desiste nunca.

Não desiste de educar os filhos, apesar dos problemas.

Não desiste de trabalhar, apesar da discriminação salarial.

Não desiste de decidir e cuidar de sua própria vida, apesar do machismo.

Não desiste de se separar dos maus companheiros, apesar da violência doméstica.

Não desiste de viver porque dela vem a vida.

Salve o Dia das Mães!

*Thelma de Oliveira é vice-presidente do PSDB-Mulher Nacional