Finalmente, com quase meio ano de atraso, a direção da Petrobras divulgou o tamanho do prejuízo da empresa no ano passado, da ordem de R$ 51 bilhões, dos quais R$ 6,2 bilhões creditados à corrupção endêmica revelada pela Operação Lava Jato.
O prejuízo político da Petrobras e do país é muito maior do que esse número estratosférico. A empresa perdeu credibilidade, sua direção deu um péssimo exemplo para os funcionários e hoje o povo e o mercado suspeitam das ações ditas “reparadoras” na gestão.
Nesse sentido, a perda é quase irreparável, mas acreditamos esperançosos que o corpo de funcionários reaja com bravura e determinação aos desmandos praticados e recoloque a estatal entre a maiores do mundo.
No mesmo, dia o juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, definiu as primeiras sentenças de condenação aos acusados da roubalheira na maior estatal do país, mesmo para aqueles que fizeram a delação premiada e que não saem ilesos de sua participação criminosa no desvio de recursos.
Essa coincidência nos dá mais um motivo para ficarmos esperançosos porque mostra para à sociedade que a Justiça brasileira está sendo pertinente, ágil e célere em suas decisões para condenar os malfeitores e repor aos cofres públicos o que foi roubado da população – mais de uma centena de milhões de dólares foram repatriados e a coleção de artes apreendida já está sendo exposta em um museu curitibano.
Simbolicamente, é obrigação da Petrobras prestar contas ao país e a seus acionistas e a decisão do juiz Moro de divulgar suas sentenças revela para a sociedade que os crimes contra o patrimônio publico não estão esquecidos.
A ação de Moro, mais uma vez, é educativa, ao contrário da postura do novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendini, que pediu desculpas, “em nome dos funcionários”, e revelou o sentimento “de vergonha” da empresa.
Como ele pode querer falar em nome dos funcionários e pedir “desculpas” em nome deles se somente uma meia dúzia de malfeitores desviou bilhões de reais?
Como ele pode revelar o sentimento de “vergonha” deles, se as nomeações de diretores é definida pela Presidência da Republica, sem qualquer consulta ao quadro de funcionários?
Quem deveria pedir desculpas públicas ao corpo funcional da empresa, aos acionistas e principalmente ao povo brasileiro, são os presidentes que os chancelaram, que os nomearam, a partir de indicações partidárias.
Eles nomearam os diretores corruptos, os dois partidarizaram as diretorias, fatiaram e partilharam a direção da estatal para auferir ganhos e distribuí-los para candidatos petistas e de outras agremiações aliadas.
A responsabilidade tem nome e sobrenome: Lula da Silva, Dilma Rousseff e o PT!
Presidente Nacional do PSDB Mulher