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Voto feminino completa 83 anos no Brasil: “Lutávamos por nossa dignidade e cidadania”

Foto: Hebe Marinho, presidente de honra do PSDBMulher-RN
Foto: Hebe Marinho, presidente de honra do PSDBMulher-RN

Foto: Hebe Marinho, presidente de honra do PSDBMulher-RN

No dia 24 de fevereiro de 1932, as mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar e de serem votadas, por meio de Decreto editado pelo Presidente Getúlio Vargas. Neste dia, muito mais do que depositar sua confiança em um representante público, elas passaram a ser ouvidas. Mas, engana-se quem pensa que os obstáculos pararam por aí.

“Hoje, não há como negar que tivemos avanços e conquistas. E apesar das dificuldades a mulher sempre lutou pelo reconhecimento dos seus direitos naturais à pessoa humana. Lutávamos por nossa dignidade e cidadania”, relembra Hebe Marinho, 81 anos, Presidente de honra do PSDB-Mulher no Rio Grande do Norte.

Advogada, Promotora e Procuradora de Justiça do Estado aposentada, foi professora da UFRN e Presidente do Conselho Estadual da Mulher do RN. Ao longo deste período, dedicou boa parte do seu tempo a vencer barreiras, atuando durante sua carreira profissional em um ambiente até então dominado pelo sexo masculino.

Segundo Hebe, nos últimos anos a mulher vem sonhando cada vez mais, reivindicando e preenchendo seus espaços de direito na sociedade. Entre os avanços obtidos, ela lista desde o direito a carteira assinada, antes restrito aos homens, até a recente Lei Maria da Penha, que pune de forma exemplar aqueles que as agridem.

Mas, olhando para o passado, a líder do PSDB-Mulher potiguar reconhece: não foi nada fácil. “O homem era a autoridade familiar. Na sociedade econômica machista, tudo contribuía para a submissão da mulher”, relembra.

Para Hebe, os ganhos foram aumentando com o tempo, quando a consciência feminina começou a despertar. “Veio a igualdade de salários em concursos públicos ou instituições privadas, Bancos e Companhias não aceitavam mulheres grávidas e até exigiam que fossem esterilizadas, isso se elas quisessem o emprego. Se engravidassem, eram demitidas. Isso foi totalmente ultrapassado”.

Ainda de acordo com a tucana, uma transformação facilmente percebida pelo avanço do tempo, diz respeito a mudança de objetivos das mulheres. Se no passado ter um bom casamento e formar uma boa família era suficiente, “hoje as metas são relacionamentos estáveis, segurança financeira e reconhecimento profissional, sem esquecer temas como maternidade, casamento e sexo”.

Quando questionada sobre o maior desafio delas na atualidade, Hebe Marinho afirma que é justamente ser reconhecida como alguém “competente, inteligente, feminina e atraente”. Ainda de acordo com a advogada, outro objetivo é buscar mais políticas públicas especiais

Hebe lembra que o RN tem sua história diretamente ligada ao pioneirismo da mulher, como exemplo, citou Celina Guimarães, a histórica mossoroense que se tornou a primeira pessoa do sexo feminino a votar na América do Sul; e Alzira Soriano, primeiro mulher eleita para prefeita.

Por fim, enfatiza que a mulher tem que se fazer mais presente na esfera política, aumentando o seu percentual de representatividade no Parlamento Nacional.

*Publicado originalmente no Jornal de Hoje de Natal/RN