Foto: Getty Images
Brasília (DF) – O trabalhador brasileiro está pagando cada vez mais caro pelo Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). No primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, o contribuinte pagou R$ 459,2 bilhões somente de tributos, valor 70,5% superior aos R$ 269,3 bilhões arrecadados na primeira gestão do governo Lula, já descontada a inflação acumulada do período. Em relação ao segundo mandato do seu antecessor, o montante é 23,2% mais caro.
Reportagem do jornal Correio Braziliense desta segunda-feira (02) destacou que esse crescimento do valor pago pelos contribuintes durante os quatro primeiros anos do governo Dilma ficou acima do aumento da renda percebida entre 2003 e 2014, de 66%. As informações são do estudo sobre o mercado de trabalho no período elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para o deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), o cenário econômico atual diverge do Brasil apresentado pela presidente durante a campanha eleitoral.
“O excesso de ônus para o trabalhador brasileiro, ao contrário do que pregava a propaganda oficial do governo, tem sido uma constante na gestão Dilma”, lamentou.
Segundo ele, a reforma previdenciária já poderia ter sido feita, simplificando o modelo tributário. “Já não bastasse impor ao trabalhador o aumento dos juros, o governo prejudica ainda mais a população, dificultando as questões ligadas aos direitos trabalhistas e previdenciários”, criticou.
Ainda de acordo com especialistas ouvidos pela reportagem, o aumento no recolhimento do IRPF nos últimos anos tem como principal razão a “insistência do governo em não corrigir a tabela do IR pela inflação”. Somente no ano passado, essa postura do governo fez com que a base de contribuintes ganhasse cerca de um milhão de pessoas a mais.