Opinião

“Foi-se a Luz, Fez-se o Caos”

Foto: Corbis
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O início da tarde da segunda-feira (19) do verão mais quente no Sul e Sudeste, desde 1916, virou um suplício que mais 4,2 milhões de consumidores vão demorar a esquecer. Esse número espantoso é apenas aproximado, já que faltam os dados do Amapá, também afetado pelo apagão ou, como prefere o desconectado da realidade governo Dilma Rousseff, “a redução da frequência elétrica ocasionada pelo forte aumento do consumo de energia causado pelo forte calor que atinge o país”, nas palavras do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Não foram “apenas” os milhões de consumidores afetados: cada unidade consumidora representa uma escola; um hospital; um restaurante; uma casa de família; uma estação de metrô; uma padaria; um supermercado; um local que gera renda e emprego. No Brasil de ontem, brasileiros que trabalham mais de cinco meses por ano para sustentar um governo paquidérmico e incompetente, passaram mal presos dentro de trens de metrô superlotados e sem ar-condicionado, parados em túneis escuros. Outros escaparam, andando pelos trilhos sem iluminação.

A consultora de energia Elena Landau, em entrevista ao jornal O Globo nesta terça-feira (20), declarou que o corte seletivo de energia é a pior política que existe e mais uma demonstração da falta de transparência do governo. Elena é uma das especialistas que vem, há anos, alertando para a iminência de uma grande crise de abastecimento no setor.

O contribuinte, que paga uma das mais altas cargas tributárias do mundo e espera, com razão, um retorno de qualidade e sofre os efeitos da péssima gestão e falta de planejamento de quem, até ontem, se proclamava especialista em energia elétrica, como a presidente Dilma Rousseff. Aliás, onde anda ela, que até agora não veio a público, explicar à população o que está acontecendo no país que, até outubro de 2014 dizia ir tão bem?

As únicas notícias que temos da presidente recém-reeleita não são nada animadoras. Além da crise energética, anunciada à exaustão há pelo menos dois anos e olimpicamente ignorada por ela, os únicos sinais que temos de Dilma Rousseff, em seus primeiros 20 dias de governo, vieram sob forma de aumento de impostos e resseção.

Em uma conjunção perversa, contradizendo o discurso de governo voltado para os mais pobres, a presidente anunciou ontem um pacote de aumento de tributos que vai tornar mais difícil a vida de todos e sacrificar mais, como sempre, os menos favorecidos. A volta da Cide, o imposto sobre combustíveis, vai atingir em cheio o preço da gasolina e do diesel, que a Petrobras já admitiu, será repassado ao consumidor.

Com a economia em frangalhos, resultado direto de uma herança maligna de 12 anos de desgoverno e arrogância aliada à ignorância, Dilma Rousseff não satisfeita com o arrocho fiscal, vetou a correção da tabela do Imposto de Renda em 6,5%%,  alegando que a medida traria uma renúncia fiscal de R$ 7 bilhões.

Em mais uma grave distorção da realidade, o governo federal confunde renúncia fiscal com apropriação, já que a tabela do IR (Imposto de Renda) acumula uma defasagem de 64% em relação à inflação, o que faz com que os brasileiros paguem, em 2015, mais impostos do que pagaram em 2014, 2013, e assim caminhamos nós, em direção ao precipício.

Secretariado Nacional da Mulher/PSDB