Opinião

Pátria Educadora, Nota Zero

Foto: Corbis

Foto: Corbis

A informação de que nada menos do que meio milhão de estudantes brasileiros tiraram zero em redação na prova do ENEM é estarrecedora, um verdadeiro pesadelo para uma nação que aposta em seu futuro.

E difícil acreditar que tantos jovens (cerca de 10% do total dos inscritos no exame) sejam incapazes de escrever algumas linhas e desenvolver um raciocínio com um mínimo de lógica. Porem, ao recordar que o Brasil é governado pelo PT há 12 anos, percebemos que tudo é possível, ate mesmo se alcançar uma marca tão aviltada como essa.

Desde a saída de Paulo Renato Souza do Ministério de Educação, em 2003, seus sucessores cometem seguidos equívocos na condução de políticas públicas que, apesar de divulgadas como a solução para melhorar a educação dada aos brasileirinhos, na prática a estão desconstruindo.

O que prevalece na gestão deles – assim como em todo governo petista – é a propaganda ufanista, maquiada por números delirantes que mostram um Brasil feliz, alegre e justo que só existe na propaganda oficial.

Quase toda a semana, a realidade cai sobre nossas cabeças com noticias, informações e dados inquestionáveis, como por exemplo, da eliminação de exatos 529.374 alunos no exame do ENEM.

Ou, tão grave quanto, como o corte de 7 bilhões do orçamento do Ministério da Educação, a maior redução de gastos de todos os 39 ministérios revelando, também, que ela não é prioridade desse governo e que o slogan “Pátria Educadora” é muito mais marketing fantasioso do que realidade.

Não se pode imaginar que o slogan seja pra valer quando a prática a desmente dia-a-dia, até mesmo na escolha de um ministro que se notabilizou, nacionalmente, por meio da insólita frase em que afirmava que professor não precisa de salário porque sua profissão é uma vocação…

É preciso, no entanto, fazer justiça ao atual ministro da Educação: levar cerca de 10% dos inscritos do ENEM a tirar zero em redação não é obra de alguns dias ou de alguns meses.

É fruto, e resultado de falta de políticas publicas para educação, e o somatório de erros e equívocos cometidos ao longo dos últimos doze anos e que se revelam em momentos como esse.

Se fosse sério, esse governo teria a humildade de rever suas ações, na formulação e execução delas, convocaria a sociedade para discutir o assunto e, de verdade, construir uma Nação em que a Pátria seja realmente educadora de seus filhos e não mais uma frase de efeito de marketing oficial.

*Secretariado Nacional da Mulher/PSDB