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Propina pode explicar rompimento que levou Petrobras a comprar refinaria de Pasadena

Foto: Petrobras
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Brasília – Um funcionário da Petrobras, em depoimento à Polícia Federal, afirmou que um esquema de propina pode ter sido o fato que motivou o fim da parceria entre a Petrobras e a empresa belga Astra. Por conta do rompimento, a estatal brasileira foi obrigada a comprar a parte da Astra na refinaria de Pasadena – negócio que causou prejuízo de US$ 792 milhões.

As informações estão em reportagem publicada pelo jornal O Globo nesta quinta-feira (11). Segundo o jornal, o engenheiro José Raimundo Brandão Pereira fora enviado à Europa para negociar contratos superfaturados com a Astra. A empresa belga se recusou a participar do esquema – que custou R$ 200 mil à Petrobras, de acordo com a matéria – e rompeu a parceria. Pereira foi diretor da Petrobras e chegou ao cargo por indicação do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

O deputado federal Vanderlei Macris (PSDB-SP) afirmou que a revelação traz um novo enfoque para as investigações da corrupção na estatal, além de desmentir falas apresentadas durante a CPMI recentemente encerrada no Congresso.

“Todos os funcionários de alto escalão da Petrobras que foram à CPMI, como o Nestor Cerveró [ex-diretor da empresa], foram enfáticos em dizer que não havia propina na Petrobras. Nós da oposição contestávamos e insistíamos que o problema era maior. Agora chega esse desmentido”, declarou.

Para Vanderlei Macris, o episódio demonstra a necessidade do aprofundamento das investigações sobre o esquema de corrupção na estatal. “É preciso que sejam punidos os responsáveis pela deterioração desse patrimônio brasileiro”, declarou.