Opinião

“Uma questão de prioridade”, por Thelma de Oliveira

Foto: George Gianni/PSDB
Foto: Fabio Pozzebom

Foto: Fabio Pozzebom

Locatária: Alô, Seu Lourival?

Locador: Como vai, Dona Iracema?

Locatária: Então, Seu Lourival, estou telefonando para avisar que este mês eu tive que fazer uma despesa extra. Minha filha, a Joaninha, foi convidada para uma festa de 15 anos e não tinha roupa para a ocasião. Tive que comprar e não estava preparada. Vai faltar para o aluguel, não vou pagar está certo?

Locador: ?!?!?!?!

Se você, assim como o Seu Lourival aí de cima, achou que Dona Iracema precisa escolher melhor suas prioridades, deve estar pensando a mesma coisa das últimas propostas da presidente do Brasil. Dilma mandou para o Congresso um projeto de lei pedindo para que suas contas do ano 2014 sejam aprovadas, mesmo não havendo cumprido a Lei de Responsabilidade Fiscal ou seja, mesmo não tendo economizado o que prometeu, no início do ano.

Gastou mais do que podia; escolheu mal as prioridades na hora de definir seus gastos e, não satisfeita, ao invés de reconhecer o erro e cortar despesas, como a Dona Iracema do diálogo aí de cima deveria fazer, preferiu mudar a lei.

A realidade difere da ficção da conversa que inventei para abrir o texto porque, por incrível que pareça, a presidente Dilma está conseguindo o que quer, pelo menos até agora. Enquanto a Dona Iracema, seria despejada do imóvel alugado, por não obedecer à sua obrigação de pagar o aluguel, a Comissão Mista de Orçamento do Congresso aprovou, no final da noite desta terça-feira (18) o projeto que, na prática, libera a presidente de qualquer responsabilidade sobre o mau uso que tenha feito do dinheiro público. A votação anula também os efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal, conquista do governo Fernando Henrique Cardoso, aprovada contra a vontade do PT.

A partir da noite de 18 de novembro de 2014, uma terça-feira, fica combinado assim: no Brasil, sempre que um governante não conseguir ou não quiser cumprir a lei; muda-se a lei. Você acha isso justo? O PSDB Mulher Nacional também não.

A oposição lutou durante toda a sessão para impedir que o projeto fosse aprovado e promete ir ao Supremo Tribunal Federal contra mais essa irresponsabilidade de um governo que gasta mais do que arrecada; gasta mal e dilapida o patrimônio brasileiro. Um governo que desmonta, de maneira sistemática e irresponsável, a economia equilibrada e o país organizado que recebeu das mãos do PSDB, em 2002.

Um governo que conseguiu colocar a Petrobras, orgulho do povo brasileiro e a maior petrolífera do mundo, nas páginas dos jornais de todos os países como a empresa envolvida em um dos maiores escândalos financeiros da atualidade. Mas sobre esse assunto, falaremos em nosso próximo papo.

Thelma de Oliveira, vice-presidente do Secretariado Nacional da Mulher