Opinião

“Mulheres 45: uma energia que contagia”, por Cecília Mello

Foto: Facebook de Cecília Mello
Foto: Facebook de Cecília Mello

Foto: Facebook de Cecília Mello

Algum tempo se passou, desde a primeira vez que participei de uma campanha política. Eram os anos 80 e eu tinha deixado a casa de meus pais, minha cidade, e saído em busca da realização de um sonho. Muitos diriam se tratar de uma aventura, quando uma pessoa jovem e inexperiente se lança em uma campanha política ou poderiam alegar ser poderia trazer dissabores e frustrações, na medida em que a política é um terreno arenoso e, por isso mesmo, incapaz de alicerçar um caminho.

Há quem apostaria no idealismo inerente à juventude, o entusiasmo de quem desconhece as armadilhas do caminho e percorre por estradas desconhecidas sem se preocupar com os desvios…

Passaram-se os anos, outras campanhas vieram e se foram. Uma sequência de campanhas vitoriosas marcaram a minha trajetória na política e hoje relembro. Foram muitas viagens, contatos, discussões movidas por opiniões que demonstravam o desgaste da velha forma de fazer política com a força da juventude que vinha abrindo caminhos e derrubando trincheiras construídas.

O trabalho era árduo, porque não existiam carros possantes, estradas seguras, meios de comunicação como os celulares que, hoje, permitem que sejam lançadas mensagens a qualquer distância, em tempo real. Os trabalhos eram todos datilografados em máquinas comuns, daquelas com teclado duro; somente após muitos anos é que chegaram as primeiras máquinas elétricas, com esferas, que auxiliavam um pouco as tarefas.

Havia também um enorme território a percorrer, cidade após cidade, até o extremo norte do que hoje se chama Tocantins. As campanhas duravam um ano e os contatos eram difíceis e dependiam muito mais de uma militância aguerrida do que nos dias de hoje.

A comunicação por telefone acontecia quando era possível encontrar um posto onde a ligação pudesse ser realizada e, ainda, coincidir com o horário marcado com os demais para que pudéssemos comunicar as coisas que estavam sendo feitas e, eventualmente, solicitar alguma ajuda.

Além de todas as dificuldades, esse mundo político era um reduto exclusivamente masculino, eram poucas as mulheres que participavam das campanhas. Às mulheres eram reservados os bastidores, os trabalhos secundários; poucas tinham permissão de seus pais, irmãos ou maridos para saírem em campanha pelos municípios, levando mensagens e promessas, carregadas de esperanças e planos para o futuro.

Fiz parte dessa minoria que percorreu os municípios e participou ativamente das campanhas. Entretanto, vejo que hoje as coisas mudaram, e para melhor. Já não ocupamos apenas os lugares secundários do cenário político. Mulheres guerreiras têm demonstrado que podem ocupar cargos do primeiro escalão da administração e, mesmo ainda sendo baixa a representatividade, temos candidatas de peso na disputa deste pleito e, ainda, uma mulher como suplente para o cargo de senador.

Mas quero falar de algo que, aparentemente, não mudou com o tempo. Há no ar um entusiasmo que não esmoreceu com o passar dos anos. Parece que a energia positiva e a alegria que mobilizaram as pessoas durante as campanhas anteriores renasce a cada novo início.

No último dia 21 de agosto, demos prova desse entusiasmo renovado. Reunidas e identificadas pelo “M45 – Mulheres da Base Aliada 45”, aproximadamente duas mil, presenciamos os discursos de nossos candidatos, unidas não só pelo compromisso da base de apoio ao governador Marconi Perillo, mas por todos aqueles que estão empenhados em dar continuidade ao desenvolvimento de Goiás. De todos os lados do Tattersal de Elite provinham aplausos e falas de apoio ao candidato ao Senado federal Vilmar Rocha que, se eleito, poderá realmente ajudar nosso governador na continuidade da gestão exitosa.

Quem presenciou o evento pode sentir a energia que pulsava no ambiente, emocionando a todos e demonstrando mais uma vez que a população feminina atendeu ao chamamento de agir em defesa do Estado, reunindo aliadas em torno de um projeto que deu provas de ser sério e comprometido, mas que ainda tem projetos iniciados que precisam de coragem e determinação para serem concluídos.

Foi visível a alegria de todos os presentes, principalmente do nosso governador, que gravou um vídeo falando sobre essa energia contagiante que foi exalada a partir do local do evento, atingindo muitas regiões do Estado, assim como da sua felicidade em poder participar deste momento de renovação da esperança.

Sabemos que temos muito ainda para trabalhar até o próximo 5 de outubro, mas temos confiança no trabalho empreendido em favor da população e a crença de que, se a população atender o nosso chamado, poderemos construir muito mais e com o mesmo entusiasmo.

Como se fosse a primeira vez.

*Cecília Mello é poeta, escritora e diretora do Instituto Teotônio Vilela – ITV Goiás

**Texto publicado originalmente na edição desta segunda-feira (01/09) de o jornal Diário da Manhã