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Regime de Maduro reprime e cala a voz dos cidadãos, diz deputada venezuelana

Foto: George Gianni/PSDB
Foto: George Gianni/PSDB

Foto: George Gianni/PSDB

Brasília (DF) – Em visita ao Congresso Nacional para participar de debate com parlamentares da Câmara e do Senado, a deputada venezuelana Maria Corina Machado, cujo mandato foi cassado pelo regime de Nicolás Maduro, manifestou sua preocupação com a crise e instabilidade que atinge seu país e que compromete direitos fundamentais.

“Estamos vivendo um regime sem escrúpulos, que quer reprimir e calar a voz dos cidadãos”, disse, nesta quarta-feira (2) na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Depois do Senado, María Corina foi à Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

Acompanhada por parlamentares do PSDB e de vários partidos, María Corina expôs o que classificou como uma “crise social terrível”.

“Em pleno século XXI, o povo venezuelano é compelido a sair às ruas em uma luta por respeito à dignidade humana, à liberdade e à soberania nacional”.“A Venezuela, desafortunadamente, está à beira da ruína. Não só econômica, mas também institucional e moral. O povo tem duas opções: ou calam, ou claudicam, ou aceitam a situação; ou saem às ruas para lutar por sua liberdade”, afirmou.

Violação

 Para a venezuelana, o povo de seu país é vítima de uma “violação sistemática e nociva dos direitos humanos”. Ela denunciou a violência e truculência das forças policiais comandadas por Maduro na repressão a protestos populares, e apresentou um dado assustador: dos 250 mil homicídios cometidos no país nos últimos 15 anos, 98% ainda não foram aclarados.

María Corina denunciou ainda casos de abuso e tortura por parte das forças nacionais, e chamou a atenção para a censura que restringe a atuação da mídia. “O exercício do jornalismo na Venezuela hoje é um ato de heroísmo”, considerou.

Indiferença

 A ameaça à independência entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário foi um dos pontos mais lembrados pela parlamentar durante sua exposição. De acordo com ela, a voz da oposição na Venezuela é ameaçada pela coerção do Estado. “As agressões que sofremos todos os dias, ao entrar e sair do parlamento, são financiadas pelo regime, e querem assustar e calar a voz dos parlamentares”, acrescentou.

María Corina aproveitou a oportunidade para fazer um apelo ao governo brasileiro: para que tome uma posição e interceda pelo bem dos venezuelanos.

“O que temos visto é que países ativos em crises como as de Honduras e do Paraguai dão as costas à Venezuela. Necessitamos da solidariedade do povo da América Latina, de seus parlamentares, de seu povo e de seu governo. Onde estão as instituições e os governos?”, questionou. “A indiferença tem só um nome: cumplicidade. Frente a perseguições, assassinatos, tortura e censura, não pode haver neutralidade”.

Fonte: Site do PSDB Nacional