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“Fazer campanha é bom, fiscalizar, ainda melhor”, por Solange Jurema

Foto: Leonardo Prado

Foto: Leonardo Prado

Estamos terminando o mês de março, com a comemoração do dia 8 como  Dia Internacional da Mulher, e duas boas notícias para fortalecer a nossa luta e disposição para ampliar a participação da mulher brasileira na política institucional.

A primeira delas é a campanha nacional do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) “Mulher na Política”, com  o slogan “Faça parte da política” e o hashtag “#vempraurna”, além de um cartaz e um filmete. Iniciativa pioneira, baseada na lei 12.891/13, que estabelece a obrigação do maior tribunal eleitoral do país de divulgar em anos eleitorais,  propaganda estimulando a presença feminina nos pleitos.

Mais animador ainda foi ouvir do presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Melo, palavras lúcidas sobre a situação da mulher na política brasileira e o preciso diagnóstico do quadro político atual: a visão cultural “míope” predominante em nossa sociedade de que a política deva ser comandada por homens.

É essa a realidade que enfrentamos em nosso dia a dia político-partidário e que exige de nós, mulheres, um esforço a mais para reverter um preconceito  da sociedade brasileira, inconcebível em pleno século XXI!

Todos já sabem que nós,  mulheres , somos a maioria da população e do eleitorado brasileiro; que ocupamos quase a metade do mercado de trabalho; que somos responsáveis por cerca de 40% dos lares, mas nossa presença em cargos políticos é pífio. O Brasil ocupa apenas o 156º lugar num ranking de 188 nações sobre a igualdade de gêneros nos parlamentos.

Também já conhecemos as pesquisas de opinião que indicam que as mulheres são portadoras de características específicas que as habilitam para a função politica, como a disciplina, a honestidade, a ética e o trabalho.

O momento, então, agora, é o de nos organizarmos e mobilizarmos para mudar essa realidade absurda da política brasileira e mostrarmos nossa capacidade e os atributos que a sociedade nos dá. Responder com trabalho e competência a toda essas expectativa.

Vamos preencher, com candidatas dispostas e em condições de vencer, a cota de gênero de pelo menos 30% para as mulheres, como estabelece a legislação eleitoral. Não queremos “candidatas-laranjas” que só servirão de fachadas para o preenchimento de chapas.

Para conseguir isso, contamos com um novo e importante apoio institucional, o do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. Sem meias palavras, ele foi explícito em sua futura atuação fiscalizadora nas eleições desse ano: “Ou se respeita a proporção ou a chapa cai”.

O recado de Rodrigo Janot é a segunda boa noticia para encerrarmos o mês de março com mais esperança e com maior determinação ainda para cumprir nossa jornada de elegermos mais tucanas em outubro desse ano.

Não deixa de ser doloroso, porem não menos estimulante, constatarmos que o caminho percorrido ainda é curto para o tamanho de nossa empreitada. Nesse sentido, a nova postura da Procuradoria Geral da República é alentadora, estimulante e a punição àqueles que desrespeitem a legislação em vigor, um reforço significativa para a ocupação de nossos esforços na vida político-partidária e institucional do Brasil.

A campanha do TSE é ótima, queremos a mulher na política, vamos fazer parte da política, vamos às urnas, mas o respeito a proporcionalidade e a fiscalização da PGR é ainda melhor!