Opinião

“Há quem morra, há quem nos deixe sua vida”, por Dell Santos

Dell-Santos.jpgPerdemos, na última quinta-feira, dia 06 de março, um dos mais notáveis expoentes de nosso partido nesses tempos, o deputado federal Sérgio Guerra, então presidente do PSDB, nascido em Pernambuco e cuja carreira política exercia também nesse estado. Sérgio foi um homem de pulso, renovou a mentalidade partidária de nosso partido, contribuiu para que sempre privilegiássemos a democracia nas tomadas de decisões, inclusive intra-partidárias, e sempre foi o que de melhor poderia haver para o amadurecimento do processo democrático nacional.

Choramos sua perda assim como chorávamos, há coincidentemente exatos treze anos, também em 6 de março, a perda de nosso querido Mário Covas.

Sérgio Guerra destacou-se em sua biografia, assim como Covas, por possuir um currículo bem recheado em termos de atuação política: resistiu à ditadura militar, lutou pela consolidação do processo democrático e defendeu sempre as causas mais nobres, empunhando, inclusive, a bandeira das mulheres como componentes dos quadros partidários do PSDB.

Covas, em sua época, não tinha “papas na língua”: defendia seu ponto de vista incisivamente, muitas vezes com um humor fino, característico de sua personalidade. Foi um político coerente com seus ideais, um administrador empenhado, realizador de grandes empreendimentos e, acima de tudo, um homem de princípios. Guerra também não poupava opiniões incisivas, era também um político lúcido sobre seus objetivos, claro em suas posições, não gostava de tergiversar, e por isso atingiu o mais alto posto dentro do partido, digno de pessoa com sua lisura, sua estatura intelectual, sua integridade de princípios.

No entanto Guerra, embora sempre claro e enfático em suas idéias, encabeçou a oposição tucana, uma oposição madura, responsável e que nunca apostou no “quanto pior melhor”.

Diferentemente da oposição que nós tivemos quando estávamos no poder, Guerra assumiu o partido quando já estava clara a ideia de que
uma oposição bem feita é aquela feita com vistas a construir, e não destruir, aquela que em primeiro lugar visa ao bem do país, para depois pretender atingir o poder. E Sérgio Guerra sempre esteve em perfeita sintonia com tal pensamento: sob sua batuta, a orquestra jamais tocou notas que não estivessem em perfeita harmonia com o concerto.

É com amargor e penar que recebemos a notícia da morte do ilustre deputado pernambucano, a quem nosso partido tanto tem a agradecer. Homens de sua estatura e da estatura de Covas não aparecem todo dia. Somos um partido de sorte por ter em nossos quadros gente desse valor. Guerra deixa sua lição, sempre a nos orientar, e a formar novos quadros, tão bons quanto, esperamos.

*Dell Santos é coordenadora de Eventos do Secretariado Municipal de Mulheres PSDB-SP e diretora de Eventos Estadual do Tucanafro PSDB-SP.