O governo federal, através do Ministério da Educação (MEC), demorou demasiadamente para sinalizar uma alternativa para a grave crise que se abate há mais de dois anos sobre milhares de alunos, professores e funcionários da Universidade Gama Filho, uma das mais tradicionais instituições de ensino superior do Estado do Rio de Janeiro. Ano passado, fui uma das parlamentares convidadas por eles para participar de uma das reuniões realizadas na unidade de ensino. Eles pediam socorro e o governo parecia não ouvi-los.
Por conta disso, e por ter sido procurada por vários alunos e professores, no início de dezembro decidi enviar um requerimento ao MEC solicitando informações sobre a regularização da situação da Gama Filho. No documento, questiono se a administração da universidade foi concedida sem que a suficiência financeira da mantenedora estivesse comprovada. Cito ainda que a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres/MEC) aprovou a manutenção em maio de 2012, apesar das demissões em massa ocorridas no ano anterior e do atraso no pagamento de salários em 2012.
Na última terça-feira, o governo divulgou nota informando que decidiu descredenciar a Gama Filho e a UniverCidade, o que deverá levar ao fechamento das instituições. A informação deve ter causado enorme angústia em muitos alunos, professores, funcionários e, consequentemente, em suas famílias. O governo mais uma vez errou ao agir dessa forma, informando apenas que os alunos podem obter informações sobre a política de transferência no portal da Seres ou pelo telefone 0800-616161 do MEC. É muito pouco para um grande contingente de pessoas que há muito tempo luta por uma solução para o grave problema.
Os alunos serão imediatamente transferidos? Os salários dos professores e demais funcionários serão pagos? São algumas das muitas perguntas que deveriam ser imediatamente respondidas. Não é mais possível que o governo continue cruzando os braços diante de problema tão grave, limitando-se a divulgar uma nota com informações insuficientes, que deixam lacunas e lacunas de incertezas. Afinal, são milhares de alunos desesperados, há meses sem aulas, sem saber o que fazer, sem saber mais a quem recorrer.
Estou cobrando uma solução efetiva para o impasse, uma definição com transparência e a normalização do ensino. São milhares de famílias prejudicadas, são milhares de sonhos acabados. E o que o governo tem a dizer a essas famílias?
Andreia Zito é deputada federal pelo PSDB do Rio de Janeiro.