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“Salário ainda discrimina”, por Thelma de Oliveira

Thelma-de-Oliveira-Foto-George-Gianni-PSDB-1.jpgOs novos dados da Pesquisa Nacional por Amostra por Domicílios (PNAD) de 2012 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) na semana passada merecem uma reflexão mais apurada, especialmente sobre as informações relacionadas com a diferença salarial entre homens e mulheres no Brasil.

O Brasil continua sendo um país injusto e as políticas públicas da gestão petista nos últimos 11 anos não reverteu, como apregoam as peças publicitárias oficiais, os graves problemas nacionais, aqueles que dizem respeito diretamente à qualidade de vida da população.

O analfabetismo cresceu de 2011 para 2012. Agora, no país, existem 13,2 milhões de analfabetos, contra os 12,9 milhões registrados no ano passado. É claro que esses brasileiros não são cidadãos plenos, não tem condições de exercer plenamente a cidadania, pelo descaso do governo federal nos últimos anos, que não estabeleceu nenhum programa sério e contínuo para erradicar o analfabetismo.

Ainda falta infraestrutura essencial no país: 42,9% dos domicílios brasileiros não têm rede de esgoto, de saneamento básico, apesar de toda a propaganda oficial de que vivemos quase que num paraíso. É uma vergonha.

A péssima diferença de renda aumentou, apesar de discurso oficial em contrário, e a concentração de renda permanece inalterado, o que demonstra a falácia de que milhões de brasileiros vivem cada vez mais e melhor no Brasil da fantasia petista.

Nesse quadro do mundo real, o PNAD do IBGE trouxe novas e preocupantes informações sobre o preconceito contra a mulher no mercado de trabalho. Maioria da população, ocupando 40% dos empregos privados, a mulher continua recebendo menos do que o homem.

Em 2012, as mulheres tiveram um rendimento médio de R$ 1.238, contra R$ 1.698 dos homens. Ou seja, 72,9% dos obtidos pelo sexo oposto – no ano anterior, o rendimento das trabalhadoras representava 73,7% do valor recebido pelos homens. O rendimento médio das mulheres aumentou 5,1% no período, o dos homens subiu 6,3%.

Em português claro, no ano passado a mulher passou a receber ainda menos do que os homens recebem pelo trabalho que realizam, apesar de termos maior escolaridade e sermos a maioria nas universidades.

É um fato grave e que merece uma atenção especial de todas nós e das autoridades voltadas para a questão da mulher. Afinal, não deixa de ser surpreendente essa piora na comparação salarial entre os sexos, até porque o PNAD aponta uma elevação de 10,8% no salário das trabalhadoras domésticas com carteira assinada (98% do total de empregados em residências) e de 8,4% para os sem carteira.

Resumo: há algo de muito errado no governo petista e seu mundo de fantasia.