É sabido que as mulheres lutam, há mais de 80 anos, por mais educação, formação, acessibilidade, independência, autonomia, paridade, isonomia, conhecimento, espaço, saúde, segurança, ambiente, voto…. A mulher que pouco tinha, se esforça para conquistar direitos e formar uma nova mulher, antenada com o mundo, capaz, criativa, produtiva. De outro lado, a metade masculina é, na maioria, os homens de sempre. Há que se perguntar, diante dos novos tempos, para onde caminham os homens? Quem cuida deles? Qual movimento promove e aperfeiçoa o homem tornando-o melhor cidadão, respeitoso, cioso de seus deveres e responsabilidades, apoio da família e exemplo para os filhos? A resposta é: ninguém! Ninguém está tomando conta dos homens. É o que revela mais uma notícia de um jornal de domingo que diz: “…em 2012, a cada dez minutos, pelo menos uma mulher foi vítima de lesão corporal dolosa no Rio de Janeiro.”
É possível ter uma ideia do que isso significa? Leio a notícia inteira e faço contas…é uma guerra perdida! Leio de novo e vejo que não são só as mulheres….as meninas também estão sendo gravemente, irrecuperavelmente, agredidas na faixa de 10 a 14 anos. A minha angústia cresce quando percebo que nada farei até que termine os dez minutos que gasto no computador para organizar essa minha indignação e antes que os novos dez comecem e mais mulheres comecem a ser espancadas de novo…
Não sei por onde começar… mas sei que algo precisa ser feito. Não adianta entregarmos relatórios para a Presidente, não adianta sabermos quantas mulheres são agredidas por minuto… se não fizermos alguma coisa para ajudar na transformação dos homens, não vai haver paz para as mulheres.
A reportagem de página inteira do Jornal fala das agressões do marido, do companheiro, do abusador, mas não traz em nenhum momento um questionamento ou análise sobre esse comportamento masculino irascível e antinatural. A socióloga que contribuiu para a matéria apenas esclarece as estatísticas, atribuindo o aumento da violência às denúncias das mulheres. O agressor é tratado como se fosse uma catástrofe da natureza: inevitável. O que fazer com um homem, pai de família, que não hesita em furar os olhos da companheira porque tem ciúmes dela com a família ou com o celular? O que fazer com um homem que ataca a socos e quebra o nariz da mulher numa festa diante de todos?
“A cada hora, sete surras” é a manchete.
Precisamos cuidar dos homens. Por onde começar?
Sandra Quezado
Presidente do PSDB-MULHER/DF